+ Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Continuamos a celebrar e a viver a Páscoa ao longo destes cinquenta dias até a solenidade de Pentecostes. O segundo Domingo da Páscoa tem sido denominado Domingo da Divina Misericórdia. O relato joanino da presença de Jesus Ressuscitado entre os seus discípulos demonstra a sua grande misericórdia para com eles e para conosco. Trata-se do primeiro encontro de Jesus com os seus discípulos após a paixão e a morte na cruz. Depois de ter sido traído e abandonado por eles, o Ressuscitado os reencontra desejando-lhes seguidamente a paz e oferecendo-lhes o dom do Espírito, juntamente, com a missão de perdoar os pecados. Ao invés de cobrar explicações ou de condenar, Jesus lhes transmite a paz e propõe o perdão. Neste Tempo Pascal, nós somos convidados a acolher a paz e o perdão que Jesus nos oferece.
O apóstolo Tomé não se encontrava na comunidade dos discípulos, quando o Senhor se colocou no meio deles. Por isso, num primeiro momento, não foi capaz de fazer a experiência do encontro com o Ressuscitado, nem acreditou no testemunho dos discípulos. Contudo, estando novamente em meio aos discípulos, pode encontrar Jesus, prostrando-se diante dele e proclamando: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28) O Evangelho nos mostra, assim, a importância da participação na comunidade dos discípulos para encontrar Cristo Ressuscitado. É preciso hoje fazer a experiência da vida nova em Cristo, em comunidade, participando ativamente da vida da Igreja, a começar da participação assídua na celebração eucarística.
Para viver em comunidade, assim como, para viver em família, necessitamos muito da misericórdia divina e também da misericórdia entre nós, o que inclui o perdão ao próximo. Os Atos dos Apóstolos, meditado na Primeira Leitura, nos apresenta como devemos viver em comunidade, destacando, a comunhão, o testemunho e a partilha. Eles viviam unidos como “um só coração e uma só alma” (At 4,32); davam “testemunho da ressurreição de Jesus” (4,33) e partilhavam os bens de tal modo que “não havia necessitado entre eles”. Assim, nós somos chamados a viver esta Páscoa! “Felizes os que acreditam sem terem visto” (Jo 20,29); por isso, felizes somos nós que vivemos da fé em Cristo Ressuscitado! Felizes são todos os que celebram e vivem esta fé através da Igreja, a comunidade dos que creem na ressurreição de Jesus e na ressurreição da carne.
Em comunhão, na Igreja, rezemos especialmente pelo Papa Bento XVI, cujo aniversário natalício (85 anos) ocorre dia 16 de abril e por D. Leonardo U. Steiner, bispo auxiliar de Brasília, que celebra o 7º aniversário de ordenação episcopal no mesmo dia.
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