Celebração central do calendário litúrgico é a mais antiga e importante na Igreja Católica
Lisboa, 07 abr 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica celebra nas últimas horas de Sábado Santo e nas primeiras de domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal, assinalando a ressurreição de Jesus.
Esta é uma celebração mais longa do que habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração batismal e a comunhão. A vigília começa com um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e insere cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo. O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reaparece em vários momentos da missa como sinal de alegria. D. José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda e consultor da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (organismo da Santa Sé), explica que a Vigília Pascal se articula em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística. A liturgia da luz consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal. A liturgia da Palavra propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão. D. José Cordeiro observa ainda que a liturgia batismal é “parte integrante da celebração”, pelo que mesmo quando não há qualquer Batismo, se faz a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas. “Do programa ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal”, acrescenta. A liturgia eucarística é apresentada pelo bispo de Bragança-Miranda como “o momento culminante da Vigília, qual sacramento pleno da Páscoa”, D. José Cordeiro observa que a liturgia “salienta a potência da luz, como o símbolo de Cristo Ressuscitado, no círio pascal e nas velas que se acendem do mesmo, na iluminação progressiva das luzes da igreja, ao acender das velas do altar e com as velas acesas na mão para a renovação das promessas batismais”. No Vaticano, Bento XVI vai presidir à vigília, na Basílica de São Pedro, a partir das 21h00 italianas (menos uma em Lisboa). O Papa vai batizar oito adultos vindos da Itália, Albânia, Eslováquia, Camarões, Alemanha, Turquemenistão e Estados Unidos da América. OC |
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