
No lançamento estiveram presentes o presidente do Cimi e bispo da Prelazia do Xingu (PA), dom Erwin Krautler; o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, professora da PUC/SP, assessora antropológica do Cimi e coordenadora do relatório, Lúcia Helena Rangel. Também estavam presentes as lideranças indígenas o cacique Nailton Pataxó Hã-Hã-Hãe (BA), e o presidente da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (AM), Jader Marubo.
Na abertura do evento, dom Leonardo se referiu ao presidente do CIMI, como um símbolo na atuação na causa indígena. “Dom Erwin tem significado na luta e presença cidadã perante esses povos”, disse. O secretário geral ainda manifestou que a publicação contribua com a diminuição das injustiças, a que são submetidos os índios. “Que esse livro ajude na dignificação desses irmãos e irmãs, e que acorde a sociedade para situação dos povos indígenas”, afirmou.

O presidente do Cimi também descreveu como “inimaginável” a situação no estado do Mato Grosso onde há altos índices de mortalidade infantil e de suicídios de jovens. De acordo com o relatório, entre 2000 e 2011, foram registrados 555 suicídios de índios no Mato Grosso do Sul. Em 2011, 45 indígenas se suicidaram, e, em 2010, 42 casos de suicídio. A incidência está entre jovens de 14 a 18 anos e adultos entre 21 e 30 anos, sendo de maioria do povo Guarani Kaiowá, maior etnia do país.
Dom Erwin também lembrou do índio Galdino Jesus dos Santos queimado vivo por cinco jovens de classe média, em Brasília. “Faz 15 anos que incendiaram vivo Galdino, uma de nossas lideranças. No ‘terreiro’ do governo”, enfatizou.
O presidente da União dos Povos Indígenas do Vale do javari, Jader Marubo também descreve a situação de sua região, como carente de todo tipo de assistência por parte do estado. “Venho de uma terra onde temos total abandono público, onde a CAD 12 dias morre um índio”, declarou. O cacique Nailton Pataxó Hã-Hã-Hãe, da Bahia, também disse ser “uma testemunha viva de 30 anos de lutas, massacre, opressão e torturas” de seu povo. “Morreram 30 lideranças”, desabafou.

Dom Erwin finalizou a apresentação, explanando sobre o significado da terra para as populações indígenas e porque o índio se torna “entrave para o que o governo entende por desenvolvimento”. “Para o índio, terra é sobrevivência, para a sociedade, é mercadoria”, finalizou.
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