28/06/2012

Crise não pode sacrificar verdade informativa


FÁTIMA
Encontro de bispos ibéricos
Texto Francisco Pedro | 27/06/2012 | 15:30
Bispos de Portugal e Espanha consideram que a comunicação social continua condicionada pela situação económica, ideológica e política. E alertam para o perigo de se sacrificar a verdade dos factos, por causa das audiências ou das tiragens
IMAGEM
Os presidentes das Comissões de Comunicação das Conferências Episcopais de Portugal e Espanha manifestaram apreensão, esta quarta-feira, em Fátima, pelos efeitos que a crise económica pode ter na qualidade da informação dos meios de comunicação social generalistas. As dificuldades financeiras estão a provocar o aumento da precaridade laboral e do desemprego, o que gera prejuízo em todo «o processo comunicativo e a consequente limitação do direito do público a conhecer a verdade», concluiram os prelados.
 
«O apelo que se continua a fazer é que as condicionantes financeiras, as condicionantes que resultam da necessidade de aumentar audiências ou tiragens, não tenham reflexo sobre a qualidade e a verdade da informação. Em última instância, que a comunicação social não perca de vista aquilo que é a sua missão fundamental, que é o serviço à sociedade, o serviço à dignidade da pessoa», esclareceu o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Pio Alves, no final da reunião ibérica, subordinada ao tema: «Meios: portas da fé». 

Nas conclusões do encontro, os bispos lamentaram que a imagem tenha muitas vezes prevalência na atividade informativa, em detrimento da realidade objetiva, e alertaram para os perigos do uso inadequado das tecnologias, que podem contribuir para dificultar a reflexão, a formação de opinião e as relações pessoais e familiares. Neste sentido, endereçaram uma mensagem de incentivo aos pais, educadores e profissionais da comunicação social para que continuem a formar os jovens no uso adequado e responsável dos meios de comunicação e a contribuir para «uma sociedade mais livre, justa e solidária». 

Considerando a comunicação como «um elemento transversal das diversas estruturas eclesiais», os bispos salientaram que a Igreja deve encarar os meios de comunicação como um «cenário cultural, no qual deve estar presente e desenvolver a sua missão», com «simplicidade e clareza» e uma «atitude dialogante». Além da evangelização, a Igreja «tem também que projetar e trabalhar e sua própria imagem institucional ou pública, de modo que a mesma possa ser percebida de modo adequado», pode ler-se no comunicado final.

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