17/07/2012

Baltazar Garzón ajuda índios colombianos


MUNDO
Braço de ferro no Cauca

Texto Francisco Pedro | Foto DR | 17/07/2012 | 11:30
O mediático juiz espanhol aceitou o convite dos habitantes do departamento do Cauca, Colômbia, para mediar o conflito entre a comunidade e o governo. Os indígenas exigem a retirada do exército e dos guerrilheiros do seu território
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Determinado, frontal e muito unido, o povo Nasa mantém a intenção de ‘limpar’ o seu território e acabar de uma vez por todas com os conflitos entre os militares do exército colombiano e os elementos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Numa carta dirigida ao líder da guerrilha, Rodrigo Londoño Echeverry, exigiu que o grupo deixasse a região até à meia-noite desta terça-feira (hora local). «Não necessitamos da vossa presença porque a guerrilha não nos trás tranquilidade», escreveram os habitantes. 

Para o exército, que está estacionado na região, foi enviada uma missiva idêntica. A população pediu aos militares que se retirem em três dias, acusando-os de não terem conseguido completar a missão que haviam definido: pôr fim ao tráfico de drogas e acabar com a presença da guerrilha. Os confrontos entre o exército e as FARC agravaram-se nos últimos dias, sobretudo no município de Toribio, o que levou a comunidade a unir-se para exigir a desmilitarização. 

Segunda-feira, uma delegação em representação dos moradores reuniu-se com o ex-juiz espanhol Baltazar Garzón, no município de Miranda, para lhe pedir que servisse de mediador entre a comunidade e o governo. Garzón, que é conselheiro da Organização de Estados Americanos na Colômbia, para temas como direitos humanos e justiça, aceitou o desafio. Mas o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, já se apressou a declarar que o magistrado não é porta-voz do governo. 

«Compreendo a pressão a que os indígenas têm sido submetidos pelos grupos terroristas por tantos anos. Respeitamo-los e o governo tem vontade de dialogar, mas de maneira nenhuma a Força Pública sairá de lá. Ao contrário, esta operação irá ser aprofundada e vai alcançar os seus objetivos», aifrmou o ministro. Os indígenas insistem na retirada das forças armadas da região, passando a segurança do território a ser da responsabilidade exclusiva da guarda indígena.

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