21/07/2012

Cinco quilómetros a pé para batizar


MUNDO
Consolata na Costa do Marfim
Texto Ana Paula | Foto Ana Paula | 21/07/2012 | 09:00
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Missionários têm que percorrer 30 quilómetros de motorizada e mais cinco quilómetros a pé, para celebrar uma missa ou fazer um batismo. Saem de casa de madrugada e só regressam ao fim da tarde
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Novidades? É a pergunta obrigatória que os costa marfinenses fazem à chegada dos visitantes. Depois de os convidarem a sentar e de lhes oferecerem água ou refrigerante, cada um fala sobre os últimos acontecimentos. Neste caso, a grande novidade é a comitiva que chegou de Portugal para visitar a missão. Foi assim também em Sago, uma pequena localidade a 200 quilómetros de Abidjan, onde não havia nada quando os Missionários da Consolata chegaram, em 1997. Hoje, trabalham ali três missionários, todos de nacionalidades diferentes. 

Jacques Kuziala, 36 anos, natural da República Democrática do Congo, é o pároco e trabalha com os mais novos. «Aqui os jovens não têm muitas perspetivas de vida, são muito fechados», lamenta o sacerdote, Missionário da Consolata, a trabalhar em Sago há cinco anos. É a sua primeira experiência de missão após a ordenação sacerdotal. Para servir 45 capelas, há apenas três padres. As comunidades são visitadas só uma vez por mês e uma das grandes dificuldades que os missionários sentem é a falta de preparação dos catequistas. 

Para o padre Sílvio Gullino, italiano de 69 anos e há nove na Costa do Marfim, é normal sair às sete da manhã e regressar só ao fim da tarde. Quarta-feira, 18 de julho, percorreu 30 quilómetros de moto e cinco a pé para celebrar a eucaristia e batizar uma senhora que aparentava ter 80 anos, mas não tinha documentos que comprovassem a idade. Os Missionários da Consolata chegaram à Costa do Marfim, em 1996. Trabalham no país 13 missionários, mas só um é português, o padre João Nascimento, natural de Chaves.

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