Vencedor do Pulitzer, Malcolm Browne já fora baleado 3 vezes em conflitos.
Ver monge imóvel pegando fogo vivo gerou reação do presidente Kennedy.
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O fotógrafo Malcolm W. Browne, ex-correspondente de guerras pela agência Associated Press e pelo jornal "The New York Times", faleceu nesta segunda-feira (27) em um hospital de New Hampshire. Ele foi o autor da fotografia icônica de um monge em chamas no centro de Saigon (Vietnã) em 1963, que fez a Casa Branca reavaliar criticamente sua política frente ao país asiático.
A morte foi anunciada pela esposa de Browne, Le Lieu. Eles moravam não muito longe do hospital, em uma casa em Thetford, no estado americano de Vermont. O casal se conheceu em Saigon.
O fotógrafo foi diagnosticado com mal de Parkinson no ano 2000 e passou seus últimos anos andando com a ajuda de uma cadeira de rodas. Ele foi levado de ambulância ao hospital na segunda após ter dificuldades para respirar, segundo Le Lieu, e faleceu pouco depois.
Nascido em Nova York em 17 de abril de 1931, Browne passou cerca de 30 anos de suas quatro décadas de carreira trabalhando para o periódico americano "The New York Times", grande parte desse tempo em zonas de guerra.
Ele sobreviveu após ser alvejado três vezes em conflitos, expulso de seis países diferentes e ter seu nome incluído em uma "lista de morte" em Saigon.
Browne foi agraciado com o Pulitzer por sua cobertura no Vietnã em 1964. À época, ele trabalhava para a Associated Press.
Foto histórica
A Guerra do Vietnã teve início depois que um golpe de estado tirou do poder o presidente Ngo Dinh Diem, do Vietnã do Sul. O golpe teve o apoio subentendido dos EUA por conta de uma mudança da política americana para com o Vietnã, e as fotografias do monge em chamas feita por Browne teriam influenciado nisso.
A Guerra do Vietnã teve início depois que um golpe de estado tirou do poder o presidente Ngo Dinh Diem, do Vietnã do Sul. O golpe teve o apoio subentendido dos EUA por conta de uma mudança da política americana para com o Vietnã, e as fotografias do monge em chamas feita por Browne teriam influenciado nisso.
Durante a cobertura em Saigon, diversos repórteres ocidentais foram alertados sobre um monge budista que pretendia atear fogo a si mesmo em praça pública em protesto contra o regime de Diem, que era pró-Catolicismo. Mas apenas Browne acreditou no aviso e foi ao local cobrir o ocorrido.
O monge, Thich Quang Duc, se manteve imóvel após se banhar em combustível de aviação e acender o corpo com fogo. As fotos de Browne ganharam a primeira página de jornais em todo o mundo, chamando atenção para a situação no Vietnã.
Segundo o então recém-nomeado embaixador dos EUA em Saigon, Henry Cabot Lodge, o presidente John F. Kennedy lhe confidenciou à época que estava "chocado" com as imagens nos jornais e que "precisamos fazer algo sobre esse regime". Lodge falou sobre o assunto em uma entrevista para a AP em 1998.
A situação deu início à rebelião e posterior deposição e morte de Ngo Dinh Diem. A imagem do monge em chamas foi uma das primeiras a se tornar icônica na Guerra do Vietnã.
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