A páscoa dos judeus comemorava a sua libertação da escravatura e do anonimato num país estrangeiro. Não é preciso fazermos grandes reflexões para vermos que na sociedade dos nossos dias também existem muitas espécies de escravatura – físicas, psicológicas, espirituais, morais – que tornam tantas pessoas anônimas, subjugadas no seu íntimo, na sua maneira de viver a vida e enquanto membros da família humana. A Eucaristia que Cristo nos deu como precioso dom de si mesmo produz em nós a redenção, a libertação, e nela nos tornamos dom jubiloso de liberdade para toda a família humana: no indivíduo que dignamente recebe a Eucaristia ressuscita a humanidade para uma união íntima como o seu Criador e Salvador. Eucaristia, comer a carne e beber o sangue de Cristo: não pode haver união mais íntima do que esta.
Cristo encarnado no seio da sempre Virgem Mãe, Cristo sofredor na sua paixão e morte, Cristo gloriosamente ressuscitado: tudo isto recebemos na Eucaristia. Ela dá-nos uma maneira nova de viver: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim, aquele Cristo que me amou e a si mesmo se entregou por mim”, confessava São Paulo na sua Carta aos Gálatas (2,20). O cristão «eucarístico» volta a ser o que eram Adão e Eva antes de rejeitarem o direito divino de decidir o que é bem e o que é mal. Ao viver com a criança no seu seio, a mulher vive numa união perfeita com aquele/a que vai dar à luz. Na Eucaristia, Cristo “dá-se a si próprio à luz” naquele/a que o recebe no seu coração, na sua vida. “Tomai e comei, isto é o meu corpo. Tomai e bebei, isto é o meu sangue”, diz o Senhor. E Cristo não só nos dá licença para o recebermos, mas proclama no evangelho de hoje: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim…, e eu o/a ressuscitarei no último dia… Quem me come, viverá eternamente”.
As palavras ditas por Cristo e referidas no evangelho da Eucaristia do 20º domingo comum: “Quem come a minha carne… quem bebe o meu sangue… quem come deste Pão…”, não são pronomes «indefinidos»: O “quem” refere-se à nossa pessoa, a cada fiel que na comunhão se deixa encarnar em Jesus – e em quem Jesus se encarna. Quem melhor que a Virgem compreendeu essa “encarnação”? Seja ela a nossa guia e mestra que nos ajuda a viver esta encarnação.
Dia 22 de agosto: Memória da Virgem Santa Maria, Rainha. Elevada ao céu depois da sua vida terrena, está a Virgem Santa Maria no Céu ao pé do seu Filho que a coroou Rainha do universo. Grande é a nossa alegria por esta grande glória de Maria.
Fátima Missionária
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