A letra duplicada remete ao antigo parceiro, mas tudo que Raffael Machado deseja, segundo ele, é se descolar da imagem de Gusttavo Lima. Os dois tentaram formar uma dupla há cinco anos, quando foram apresentados por um amigo. "Dobrei a letra porque já existe um cantor chamado Rafael Machado", alega em entrevista ao G1. Antes de ganhar massa muscular e fama, Gusttavo se hospedou na casa da família de Raffael durante seis meses, mas a parceria não vingou. Restou apenas um vídeo no You Tube para documentar a história.
“Um amigo nos apresentou durante uma festa, sugerindo que formássemos uma dupla. Não deu certo porque ele é primeira voz e eu também. Mas ele ficou um tempo morando na minha casa", recorda. Para Raffael, apenas a grafia é um ponto em comum. “Quero me desvincular, não gosto de ficar ligando meu nome ao dele. Meu estilo é mais parecido com o do Jorge e Mateus, o Victor e Leo", garante. Ele diz que deseja dividir palcos com Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Gian e Giovani, Leonardo e Daniel. “Não tenho o sonho de cantar com Gusttavo Lima. Mas se rolar de gravar com ele, a gente grava numa boa.”
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Raffael teve a ajuda financeira do irmão, que já investiu R$ 1,5 milhão para ajudá-lo a decolar. Foi estimulado pelo pai que o cantor decidiu, há um ano, abandonar a faculdade de direito para apostar na carreira. "Tenho essa vontade faz tempo. Mas tinha receio. Teve uma hora que não deu mais para fugir, precisava tentar para não ser infeliz."
Durante oito meses, teve o tio, onze anos mais velho, como parceiro. Eles gravaram um CD e tentaram ancorar juntos no mercado sertanejo até agosto deste ano, quando romperam. Segundo Raffael, a diferença de idade entre os dois começou a pesar. “Os contratantes de shows sempre falavam para os meus empresários [o pai e o irmão] que eu deveria cantar sozinho. Ele tem 35 anos, e eu 24. Ele ficou chateado, mas a gente terminou a dupla numa boa.”
Raffael Machado dobra a letra do nome, mas não quer sua imagem associada ao antigo parceiro, Gusttavo Lima (Foto: Divulgação)
Com a parceria encerrada, a família passou investir na carreira solo de Raffael. No dia 29 de setembro, ele lançou o novo trabalho, um DVD gravado em Goiânia. O repertório segue a tradicional cartilha do sertanejo universitário. Raffael comprou a exclusividade de canções como “Jogando gelo”, de Luciano Kikão, e já sucesso no nordeste em versão forró. Ele revela que gastou até R$ 5 mil para garantir o direito de exclusividade por cada uma canções que decidiu gravar.
Embora aposte na música comercial como trampolim, não gostaria de ser lembrado por um hit. "Se pudesse escolher, ia querer que "Emboscada de amor" [música que fez sucesso na voz de Daniel, quando ele ainda cantava com João Paulo, regravada agora por Raffael] estourasse. Eu gosto do sertanejo com uma letra mais bonita, selecionada. Mas a gente que quer entrar no mercado, não pode fugir das músicas de balada.”
Para selecionar as 21 canções que compõe o disco, escutou mais de 500 músicas de diferentes compositores, e tentou fugir dos novos clichês da vertente. “No DVD tem modão, música romântica e uma levada mais pop, está bem diversificado. Estou correndo de falar de carro. É um papo que já está cansativo.”
Raffael se diz satisfeito com o dinheiro e a vida que tem. Casado com uma americana radicada no Brasil, e pai de dois filhos, ele garante que só quer fazer fama como cantor. “Agora que estou na música eu penso no meu sucesso. Não quero ter uma carreira curta, não quero cantar e parar daqui cinco anos. Quero cantar até envelhecer. Eu sou bem realizado financeiramente. Eu penso na carreira, em mostrar meu trabalho, no reconhecimento do talento que eu tenho.”
G1
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