20/11/2012

Lewandowski disse que ficará "quietinho" como vice


Ministro disse que terá ‘protagonismo mínimo’ como vice de Barbosa.
Joaquim Barbosa assume como presidente do Supremo nesta quinta (22).

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
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O ministro Ricardo Lewandowski disse nesta terça-feira (20) que pretende ter um "protagonismo mínimo" e ser discreto como vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele assume o cargo na próxima quinta-feira (22), ao lado de Joaquim Barbosa, que tomará posse como presidente da corte.
lewandowski_mansalao_frases_300 (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)MInistro Lewandowski durante julgamento do
processo do mensalão (Foto: Fabio Rodrigues
Pozzebom/ABr)
Indagado sobre se pretendia sugerir a Barbosa que negociasse o reajuste salarial para magistrados, Lewandowski disse que ficará "quietinho" como vice e que pretende agir como o ex-vice-presidente da República José Alencar agia no governo Lula.
"Eu não vou sugerir absolutamente nada. Eu vou ficar bem quietinho na vice, bem vice, vou ser tipo assim um vice José Alencar", disse Lewandowski, na entrada da reunião da Segunda Turma do STF nesta terça. A sessão foi suspensa por falta de quórum.
Alencar, que morreu em março do ano passado, costumava dizer que vice “não manda nada”, mas atuava fortemente pela redução dos juros no país.
Divergências sobre o relatório final e sobre a forma de conduzir o julgamento do processo do mensalão no Supremo provocaram vários embates entre Barbosa e Lewandowski durante os mais de três meses do julgamento da ação penal na qual Lewandowski é o ministro-revisor e Barbosa é o relator.
Lewandowski disse considerar, no entanto, a reivindicação salarial de magistrados e servidores do Judiciário como "justa". "São seis anos sem aumento."
O presidente do Supremo tem a função de discutir com a Presidência da República, responsável pelo Orçamento da União, o reajuste salarial. Antes de deixar o cargo, o ex-presidente Ayres Britto defendeu aumento e se reuniu com parlamentares, reunião da qual Barbosa também participou.
'Low profile'Lewandowski destacou ainda que pretende agir de modo "low profile" como vice, sem muitos holofotes. "Eu vou é substituir o ministro Joaquim nos momentos que se fizerem necessários. Vou ter um protagonismo mínimo, low profile."
O ministro disse que as equipes dos gabinetes dele e de Barbosa têm conversado para definir como vai ser a atuação no comando do tribunal durante o período de recesso do Judiciário, que começa a partir do dia 20 de dezembro e termina no início de fevereiro.
"Nossas equipes estão conversando para eventuais ausências, sobretudo no recesso. Estamos acertando as datas, vendo conveniências [de quem vai sair primeiro, em qual período]. É praxe essa conversa. É praxe que o vice divida com o presidente a gestão da corte, sobretudo as liminares durante o recesso. Serei um vice-presidente bem tradicional e o mais colaborativo possível."
Lewandowski afirmou que os atritos durante o julgamento do mensalão não impactarão na gestão do tribunal.
"Eu acho que as divergências são sempre em torno de temas pontuais, ou jurídicos. Quando se trata da instituição, integrantes se unem pela instituição. Desavenças e divergências pessoais são circunscritas ao julgamento, mesmo no lanche, nos cumprimentamos, sentamos juntos."

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