16/01/2013

Falta abrigo nos pontos de ônibus de Fortaleza

Apenas 26% desses locais possuem algum tipo de proteção para os passageiros, que levam sol e chuva
Quem utiliza o sistema de transporte coletivo diariamente sabe que uma das partes mais incômodas de todo o processo é ter de aguardar enquanto o ônibus ou a topique não chega. E quando essa espera pela condução acontece a céu aberto, em paradas sem nenhum tipo de proteção contra sol, vento e chuva, a sensação de desconforto aumenta a cada minuto.


Usuários do transporte coletivo contam que chegam a ficar com marcas de queimadura após esperar ônibus a céu aberto Foto: Marília Camelo

Das 4.695 paradas de ônibus de Fortaleza, apenas 1.246, aproximadamente 26% do total, possuem abrigos para os usuários. Ainda assim, muitas dessas estruturas não têm espaço suficiente para comportar todas as pessoas que aguardam o transporte e acabam deixando grande parte da população desprotegida.

Nos outros 3.449 pontos sem cobertura, os usuários fazem o que podem para fugir do sol forte. Folhas de papel e livros viram protetores de rosto e os toldos de estabelecimentos nas imediações assumem a função dos abrigos inexistentes. "A gente procura uma árvore ou algum local perto para se esconder. Até a sombra de um poste vale", diz a estudante Márcia Moraes.

Já a operadora de caixa Delane Maia não tem opção. A parada onde ela pega ônibus todos os dias não possui abrigo e nem fica próxima de outros lugares onde possa se proteger. O ponto está localizado em plena Avenida 13 de Maio, por onde circulam mais de 20 linhas de coletivos diariamente, segundo informações da própria Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).

Prejuízos

A exposição constante ao sol têm sido prejudicial ao bem-estar da operadora de caixa, que chega a passar cerca de 30 minutos por dia esperando pela condução. "Fico com marcas de queimadura, lábios ressecados, e bastante suada, suja. É muito ruim, mas infelizmente não tem outro jeito", afirma Delane.

Para ela, o ideal seria que todos os pontos de ônibus possuíssem algum tipo de cobertura para os usuários, no entanto, Delane reconhece que há dificuldades em implantar estas estruturas. "No caso de algumas paradas, é complicado porque ficam em frente a estabelecimentos. Mas acho que poderiam mudar o local do ponto e depois construir o abrigo", destaca a operadora de caixa.

Avaliação

A assessoria de comunicação da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que a nova gestão está avaliando os contratos firmados anteriormente e, somente depois disso, alguma decisão vai ser tomada em relação aos abrigos das paradas de ônibus da Capital.

Isso acontece porque, nesse tipo de situação, são assinados contratos para a realização de serviços de concessão onde a empresa contratada instala e também realiza a manutenção das paradas. Nesses casos, o trabalho da Etufor é fiscalizar a realização dos trabalhos.

A assessoria de comunicação ressaltou que, após a avaliação dos contratos, o objetivo será construir novos abrigos para os passageiros. 


Diário do Nordeste

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