16/01/2013

Lei que restringe posse de armas é aprovada em NY

Legislação, que foi votada após o massacre em escola, é uma das mais duras de controle de armas dos EUA

Nova York. O Estado americano de Nova York aprovou um pacote de leis para aumentar significativamente as restrições ao acesso às chamadas armas de assalto, ontem. Com isso, o Estado se torna o primeiro a adotar uma medida anti-armas em decorrência do massacre em uma escola da cidade de Newtown, em Connecticut, que deixou 26 mortos, sendo 20 crianças.


O governador de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, sancionou o pacote ontem e disse que a legislação é a mais abrangente do país FOTO: REUTERS

A legislação, que visa armamentos mais pesados e não atinge caçadores ou esportistas, foi aprovada por 43 votos a 18 pelo Senado estadual, dominado por republicanos, e por 104 a 43 pela Assembleia, dominada por democratas.

Com a chamada Lei de Segurança Contra Armas e Munições de Nova York, o veto que existe atualmente no Estado para armas de assalto com até duas características militares se estende também a semiautomáticas com cartuchos e até uma característica militar.

O pacote ainda diminui de dez para sete o número máximo de rajadas presentes em um cartucho e aumenta os requisitos para checagem de antecedentes em toda venda, inclusive entre particulares. Ele também inclui um dispositivo que obriga profissionais da saúde mental a denunciar pacientes potencialmente perigosos às autoridades e que permite a cassação de licenças de pessoas tidas como perigosas.

Com a lei, pessoas que matarem socorristas também passarão a ser puníveis com prisão perpétua sem direito a condicional. Essa medida está relacionada ao assassinato de dois bombeiros em uma emboscada promovida por um atirador, na cidade de Rochester.

O lobby contrário às armas afirma que as armas de assalto, que possuem diversas rodadas e miram múltiplos alvos de uma só vez, facilitam a ocorrência de massacres como o de Newtown.

O governador de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, sancionou o pacote ontem e disse que a legislação é a mais abrangente do país. "Muito disso é bom senso. Mas, infelizmente, o bom senso nos foge há muitos, muitos anos quando se trata desse assunto".

Em Connecticut, onde aconteceu o massacre, manifestantes se reuniram ontem diante de uma loja do Wal-Mart da cidade de Danbury para protestar contra a venda de armas. O supermercado é o principal vendedor varejista de armas dos EUA.

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu anunciar um pacote de medidas para reduzir a violência armada hoje em evento na Casa Branca.

As propostas são baseadas nas recomendações apresentadas pelo vice-presidente Joseph Biden. A pedido de Barack Obama, após o massacre de Connecticut, Biden liderou um grupo de trabalho que ao longo de várias semanas realizou reuniões com representantes de todos os setores da sociedade civil para formular medidas contra a violência das armas.

Segundo o "The New York Times", o presidente deve anunciar incentivos para novas leis que restrinjam o acesso às armas e tomar algumas atitudes que não requerem a aprovação do Congresso. De acordo com o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, Obama pretende ter uma abordagem "abrangente" para reduzir a violência armada no país.

Carney disse ainda que o presidente vai convocar o Congresso para aprovar a legislação e para rever pontos do sistema de verificação de antecedentes para a compra de armas. 


Diário do Nordeste

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