25/05/2013

Água e esgoto 8,51% mais caros também em Fortaleza


Na Capital, o reajuste da Cagece passa a valer no fim do mês que vem, no dia 23, e no Interior, já a partir do dia 15 de junho

Primeiro foram os consumidores de 149 municípios do Interior cearense, agora são os usuários de Fortaleza que terão de pagar mais 8,51%, pelos serviços da Companhia de Água e Esgoto do Ceará. Ontem, a Cagece confirmou o reajuste linear, para todas as categorias e faixas de consumo, na Capital, a partir do dia 23 de junho próximo, 30 dias a contar da data de hoje.

Em Fortaleza, assim como em outras 149 cidades do Interior, a tarifa residencial popular vai passar de R$1,40 para R$ 1,51, o metro cúbico Foto: Kid júnior

O aumento de 8,51% para os residentes no Interior entra em vigor, uma semana antes, no dia 15 de junho, conforme foi detalhado pelo Diário do Nordeste, na edição do último dia 17.

O índice de reajuste da Capital foi autorizado ontem, pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor). O reajuste aplicado corresponde ao IGP-M do período de março de 2012 a março de 2013.

Abrangência

No Ceará, o aumento no preço da água tratada e do esgotamento sanitário vai atingir 2,3 milhões de clientes da Cagece, sendo 1,68 milhão de água e 625 mil de esgoto. Desses totais, 54,74%, ou 919,6 mil consumidores de água, e 82,64%, ou 516,5 mil usuários de esgotamento sanitário estão em Fortaleza. Esses números revelam que a universalização dos serviços de saneamento básico ainda está longe de ser alcançada.

O fornecimento de água feito pela Cagece atende a 98,29% da população da Capital e 97,02%, no Interior; no entanto, o esgotamento sanitário cobre apenas 53,71% dos domicílios, empresas e indústrias da capital e 23%, no interior cearense.

Investimentos

Para suprir essa carência, o diretor Comercial da Cagece, Neurisângelo Freitas, informou ontem, que a Companhia tem R$ 430 milhões em novos serviços de abastecimento de água e esgoto, já contratados até 2014. Ele anunciou ainda, que o plano de investimentos da empresa para os próximos seis anos é de R$ 1,7 bilhão. Conforme disse, a maior parte desses recursos terão de vir, ou do caixa do tesouro Estadual, da União, ou de financiamentos em instituições multilaterais de crédito, a exemplo do BNDES, Caixa Econômica, BID e Bird, já que o faturamento atual da Cagece não suporta investimentos com recursos próprio.

Em fase de reavaliação, o patrimônio bruto da Cagece soma hoje, cerca de R$ 2 bilhões. A Companhia tem faturamento anual da ordem de R$ 690 milhões e administra uma dívida de R$ 400 milhões, conforme dados de dezembro último.

"Esse reajuste (de 8,51%) vai fazer frente aos desembolsos que teremos, que também serão reajustados, de acordo com cada um dos contratos, mas em conformidade com índices aplicados pela FGV", justifica Freitas. A expectativa é que o aumento venha a aliviar o caixa da empresa, embora reconheça que irá pesar mais no bolso do consumidor final, sobretudo do residencial.

Ele ressalta, no entanto, que a estrutura tarifária da Cagece beneficia, no Ceará, 30.638 consumidores de águas e 6.505 usuários de esgoto sanitário com a tarifa social, de R$0,74 por metro cúbico. Conforme disse, dos 1,597 milhão de clientes residenciais de água, 1,258 milhão consomem até 15 metros cúbicos e terão um impacto mensal, na conta, de até R$ 2,50.

Universalização

Pela manhã, poucas horas antes da Cagece anunciar o reajuste das tarifas na Capital, o governador Cid Gomes voltou a reforçar o compromisso do Estado em universalizar a água para todos os 184 municípios cearenses, até o fim de 2014.

Em solenidade com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no Encontro Estadual com Novos Prefeitos, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), Cid Gomes disse que essa ação se iniciou com a inauguração de trechos do Eixão das Águas, com maior oferta de água tratada por meio da ETA-Oeste, e agora com o início das obras do Cinturão das Águas.

"Nós queremos assegurar em 99% a oferta de água, por meio dessas obras estruturantes. Essas obras vão assegurar definitivamente a convivência dos cearenses com os períodos de estiagem", reforçou. "O Ceará é hoje o Estado que tem a melhor política de gestão de recursos hídricos do País", elogiou o ministro.

CARLOS EUGÊNIOREPÓRTER 




















































Diário do Nordeste

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