Padre Miguel Yanez*


Mesmo com a novidade na maneira de expressar-se em público, Padre Yanez reconhece em Papa Francisco os mesmos gestos do Padre Bergoglio, “sempre atento às pessoas, especialmente aos pobres, fracos, crianças e idosos”. E exemplifica isto, citando a homilia dirigida às crianças quando de sua visita à Paróquia romana de Santa Isabel e Zacarias: “era o mesmo estilo que aprendemos dele quando éramos seminaristas, na Paróquia de São José, em San Miguel, Buenos Aires: conversar com as crianças, permitindo-lhes participar nas nossas homilias da missa”. E acrescenta: “o mesmo gesto ele repetiu em 7 de junho, dia do Sagrado Coração de Jesus, quando, deixando de lado o discurso escrito dirigido à comunidade das escolas dos jesuítas, preferiu deixar falar as crianças e adolescentes”. E recordou que quando era Arcebispo em Buenos Aires, Bergoglio começou a realizar uma missa anual num estádio de futebol com as crianças de toda arquidiocese, acolhendo assim milhares de crianças.
Nestes quase cem primeiros dias de pontificado, Padre Yanez destacou a visita do Papa Francisco ao Instituto para Menores Casal del Marmo e o 'lava-pés' dos jovens reclusos, mesmo não católicos: “me tocou profundamente o olhar de felicidade dirigido a cada um deles após ter concluído o gesto do lava-pés”, afirmou.
O sacerdote jesuíta, amigo pessoal de Bergoglio, pensa que devido a nova missão que lhe foi confiada, “lhe fará falta o contato com as pessoas, a liberdade de usar os meios de transporte públicos, o metrô, andar pelas ruas para encontrar as pessoas, particularmente os pobres e os sofredores”.
Ao concluir, o docente de Teologia Moral da Gregoriana afirmou que Papa Francisco “continua a ser um filho de Santo Inácio também como Papa, mas com uma abertura para toda a Igreja, com um sentido de universalidade que caracteriza a Companhia de Jesus, sem fazer disto um obstáculo ao seu ministério de pastor de todos. Quer nas suas palavras quer nas suas atitudes, vemos nele um verdadeiro jesuíta – o que o torna para a Companhia de Jesus hoje uma luz no seu caminho eclesial”.
Fonte: Rádio Vaticano
*Docente de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, teve como Diretor Espiritual o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio
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