21/06/2013

PREFEITURA DE FORTALEZA: Passagem só cai com desoneração de tributos

Segundo a gestão, a tarifa de ônibus, uma das reclamações de manifestantes, é a mais barata do País

Entre as reivindicações dos manifestantes da Capital e de todo o País, está a reavaliação dos valores das passagens de ônibus. Assim, diante da possibilidade anunciada pelo governo federal de ter uma tarifa de ônibus R$ 0,16 mais barata em Fortaleza, a assessoria de imprensa do prefeito da Cidade, Roberto Cláudio, informou, ontem, por telefone, que isso só poderá ocorrer com novas desonerações de tributos federais.

A redução das tarifas de ônibus, estopim dos protestos iniciados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, também é uma das reivindicações apresentadas por quem voltou às ruas, ontem, em Fortaleza FOTO: LUCAS DE MENEZES

"Se houver a desoneração de tributos federais, seguramente serão avaliados os impactos no valor da tarifa", divulgou a assessoria de imprensa do prefeito, que reforçou as ações da gestão com a implantação do Bilhete Único, neste mês, em Fortaleza.

"A nossa passagem já é a mais barata do País, estamos questionando na Justiça para que possa baixar ainda mais e implantamos o Bilhete Único. O município tem exoneração plena de tudo", explica a gestão.

Sobre a pressão popular, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Fortaleza (Sindiônibus), Dimas Barreira, afirmou que acha legítimo a população exigir melhorias. Para ele, esses atos revelam a importância do transporte coletivo ser mais priorizado.

"Com relação ao movimento em si, fora os exageros ou qualquer radicalidade, na essência do que eles defendem, o barateamento do custo das passagens e a melhoria do serviço é tudo que queremos. Esse movimento está causando um momento de analise muito diferente, o Brasil sempre andou na contramão", afirma Dimas Barreira. Ele reforça que o transporte coletivo tem, sim, que ser melhor priorizado. "Essa é a principal melhoria que podemos dar", afirma o presidente.

De acordo com Barreira, já houve boas mudanças com essas recentes desonerações, mas, segundo ele, ainda é insuficiente. "Não adianta o governo federal ajudar um pouco, se ainda temos um valor alto do diesel e outros grandes gastos. Só a nossa demanda com a mão-de-obra é de 50%. Não há possibilidade alguma de rever os valores agora e nenhum estudo nosso em andamento para baixar esses valores", finaliza o presidente do Sindiônibus.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou, nesta semana, que o governo federal não teria condições de fazer novas desonerações sobre o transporte urbano. Conforme Mantega, o preço das passagens de transporte urbano tem que ser negociado com prefeitos e governadores. "O governo federal já está dando uma grande contribuição para que haja uma redução de tarifas", afirmou durante o anúncio.

Isenção

Mantega destacou que o governo já reduziu a tributação sobre a folha de pagamentos do setor de transporte (metroviário e rodoviário), além da desoneração recente do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Com base na isenção desses tributos, o governo federal elaborou um estudo mostrando o quanto as passagens poderiam ficam mais baratas em 14 capitais brasileiras - divulgado na edição de ontem do Diário do Nordeste.

A possível retração tem como justificativa a desoneração de impostos das empresas de transporte coletivo, que permite queda de até 7,23% no valor da tarifa de ônibus urbano. 


Diário do Nordeste

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