02/07/2013

Dilma afirma que enviará proposta de plebiscito ao Congresso nesta terça-feira

Dilma Rousseff em conversa com a imprensa nesta segunda-feira (1º) (Foto: ANDRE COELHO / Agência O Globo)A presidente Dilma Rousseff afirmou que enviará nesta terça-feira (2) ao Congresso Nacional a proposta para a convocação de um plebiscito para discutir a reforma política no país. Em conversa com a imprensa durante o intervalo da reunião ministerial desta segunda-feira (1º), Dilma não quis dar detalhes sobre os pontos que deve incluir na consulta popular, mas revelou que o governo pretende discutir pelo menos dois pontos: o financiamento público de campanhas e o modelo de voto do sistema eleitoral.
Segundo a presidente, existe a possibilidade de a população escolher entre o voto proporcional, distrital e misto. Dilma, no entanto, declarou que a formulação das perguntas não cabe ao Palácio do Planalto, mas ao Congresso e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela disse ainda que o poder de convocar uma consulta popular cabe exclusivamente ao Congresso.
“Não vamos dar sugestões de perguntas. Isso fica entre o Senado, a Câmara dos Deputados e o Tribunal Superior Eleitoral. Está claro, na Consituição, que quem convoca plebiscito é o Congresso Nacional. Por isso, insisti na palavra sugestão no que se refere à relação entre o Executivo e o Legislativo”, afirmou.
De acordo com Dilma, o Congresso poderá mudar a proposta de reforma política enviada pelo Planalto. “Amanhã, enviamos nossa sugestão à Câmara e ao Senado no sentido de plebiscito apontando em linhas gerais as balizas que julgamos importantes. Isso não significa que outras balizas não podem aparecer."
Ela disse que seria “oportuno” que as eventuais mudanças resultantes do plebiscito sobre a reforma política valessem para as eleições de 2014, mas ressaltou que esse prazo não depende do governo. “Não tenho governabilidade sobre essa questão. Gostaria que tivesse efeito sobre essa eleição, agora se vai ser possível ou não, isso vai levar em conta uma séria de questões práticas do Tribunal Superior Eleitoral, da Câmara e do Senado.”
Na reunião desta tarde, a presidente conversou com os ministros sobre a necessidade de todos os ministérios acelerarem a execução dos projetos de infraestrutura, tanto das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como dos projetos do Programa de Investimentos em Logística, que envolvem a concessão à iniciativa privada de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, além da licitação de áreas de exploração de petróleo e gás.
Além de 37 ministros, participaram da reunião, na residência oficial da Granja do Torto, os líderes do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), e no Congresso, deputado José Pimentel (PT-CE). Somente os ministros da Cultura, Marta Suplicy, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que estão em viagem ao exterior, não estiveram no encontro, mas mandaram representantes.
No fim de semana, Dilma teve reuniões com os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Saúde, Alexandre Padilha. Na manhã desta segunda-feira, a presidente se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Na semana passada, Dilma recebeu pela primeira vez em seu governo representantes de movimentos sociais e organizações da sociedade civil, que participaram dos recentes protestos ocorridos no país. Dilma também reuniu prefeitos das capitais e governadores para apresentar as medidas que o governo deve adotar em resposta às demandas levadas às ruas durante as manifestações.
Revista Época

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