15/07/2013

Médicos da Capital farão paralisações em julho

Greves, manifestações, assembleias e ações judiciais fazem parte do calendário nacional definido pela categoria
Em protesto contra a Medida Provisória 621, que institui o programa Mais Médicos, e os vetos da presidente Dilma Roussef ao Ato Médico, profissionais de todo o País definiram um calendário nacional de mobilização. Durante pelo menos três dias deste mês de julho (23, 30 e 31) a categoria irá paralisar as atividades. Na ocasião, greves, manifestações e assembleias estaduais serão realizadas. Hoje, às 19h30, a categoria se reúne, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Ceará (Cremec), para definir as manifestações no Estado. Para quinta-feira, 18, estão previstos mais protestos pelas ruas de todo o País.

No dia 3, os médicos foram às ruas, em Fortaleza, para manifestar a insatisfação com a Medida Provisória 621 e os vetos ao Ato Médico Foto: bruno Gomes

O calendário se estende até agosto. No dia 8, está marcada uma audiência pública, no Congresso Nacional, quando a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) apresentará o pedido de desligamento da comissão do Ministério da Saúde para provimento de médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Conselho Nacional de Saúde. Nos dias 8, 9 e 10 acontece o Encontro Nacional das Entidades Médicas.

Na visão de Geraldo Ferreira, presidente da Fenam, as últimas medidas tomadas pela presidente Dilma Roussef são manobras para exploração da mão de obra médica e precarização do trabalho. A Federação destaca que a destinação de 10% das receitas da União para saúde, a criação de carreira de estado e a devida regulamentação da Medicina são medidas essenciais para começar a solucionar "o caos" em que se encontra a saúde.

Defasagem

De acordo com o Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) existem no Estado cerca de 13 mil médicos. Porém, cerca de 75% da categoria está concentrada na Capital. Samuel Abrantes, vice-presidente do Sindicato atribui a grande concentração de médicos em Fortaleza às péssimas condições de trabalho nas unidades do Interior e ao atraso no pagamentos dos profissionais. Segundo informa, existem no sindicato 137 ações coletivas, envolvendo cerca de 800 médicos, que foram para o Interior e retornaram em decorrência do não pagamento de salários.

"Tudo isso implica para que o médico não queira ficar no Interior. Quando o atraso se torna habitual, eles saem e vêm atrás do sindicato para reaver a remuneração que não receberam", comenta. Embora não haja uma tabela fixa, o salário inicial de um médico recém-formado que passa em concurso no Estado é em torno de R$ 4 mil para 20 horas e R$ 8 mil para 40h semanais. Para atrair mais profissionais, alguns municípios chegam a oferecer salários de R$ 10 mil. Contudo, conforme o vice-presidente do Simec, muitas vezes não cumprem os compromissos.

O programa Mais Médicos - que institui que os estudantes que ingressarem no curso de Medicina a partir de 2015 terão de cursar dois anos a mais na atenção básica da rede pública de saúde, em serviços de urgência e emergência - e os vetos à Lei 12.848, que regulamenta a Medicina revoltaram a categoria.

LUANA LIMAREPÓRTER 
Diário do Nordeste

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