Por Massimiliano Di Giorgio
Ao menos 130 pessoas morreram e mais de 200 estavam desaparecidas em consequência do naufrágio de um barco lotado com imigrantes africanos, nesta quinta-feira, perto da ilha de Lampedusa, no sul da Itália.
O desastre ocorreu quando o motor do barco parou de funcionar e a embarcação começou a ser invadida pela água, disse o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano. Pessoas a bordo queimaram uma folha para chamar a atenção das equipes de resgate, iniciando um incêndio na embarcação.
"Uma vez que o fogo começou, havia uma preocupação com o naufrágio do barco e todo mundo foi para um mesmo lado, fazendo com que o barco afundasse", disse ele em entrevista coletiva.
A embarcação de 20 metros (60 pés), que estaria transportando cerca de 500 pessoas, afundou há mais de um quilômetro da costa.
Corpos resgatados da água foram deixados ao longo do cais enquanto o número de mortos subia, no que pode ser um dos piores desastres a atingir a perigosa rota para imigrantes que tentam chegar à Europa vindos da África.
"É terrível, como um cemitério, eles ainda estão tirando corpos", disse o prefeito de Lampedusa, Giusi Nicolini, a repórteres.
Depois que 94 corpos foram retirados da superfície da água, mergulhadores que inspecionam os destroços a 40 metros de profundidade viram dezenas de corpos, elevando o total de mortos conhecidos para mais de 100, com mais de 200 ainda desaparecidos, segundo a oficial da guarda-costeira Floriana Segreto.
Alfano disse que ao menos três crianças e duas mulheres grávidas estão entre as vítimas.
Um barco de pesca deu o alerta por volta das 7h20 (horário local) e começou a retirar as pessoas da água antes que as embarcações da guarda costeira chegassem ao local.
O desastre aconteceu quatro dias depois de 13 imigrantes terem morrido afogados na costa da Sicília. O presidente italiano, Giorgio Napolitano, disse que é necessária uma ação da União Europeia para conter "uma sucessão de massacres de pessoas inocentes".
No ano passado, quase 500 pessoas morreram ou desapareceram no cruzamento da Tunísia para a Itália, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Sírios que fogem da guerra civil no país contribuíram para os números.
Os imigrantes costumam chegar a Lampedusa, a apenas 113 quilômetros da costa da Tunísia, resgatados no mar pela guarda costeira italiana em barcos perigosamente superlotados.
O papa Francisco visitou a ilha em julho, em sua primeira viagem fora de Roma, a fim de chamar a atenção para o drama dos refugiados. Ele disse que a morte de pessoas tentando buscar uma vida melhor era como "um espinho no coração".
Reuters
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