03/10/2013

Portugal Telecom anuncia fusão com Oi


A nova companhia soma pouco mais de 100 mi de clientes em Portugal, Brasil e alguns países da África e da Ásia

Rio de Janeiro. Após meses de negociação, a Oi e a Portugal Telecom assinaram memorando de entendimentos para a fusão das duas teles, que formarão um grupo multinacional chamado de CorpCo.

A receita combinada entre Portugal Telecom e Oi é de R$ 37,45 bilhões FOTO: DIVULGAÇÃO

A nova companhia soma pouco mais de 100 milhões de clientes distribuídos por Brasil, Portugal e alguns países da África e da Ásia. A receita combinada é de R$ 37,45 bilhões.

A operação prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira. Desse total, ao menos R$ 7 bilhões serão em dinheiro, para equacionar a pesada divida da Oi, de cerca de R$ 30 bilhões. A capitalização prevê ainda um lançamento de ações da Oi. No Brasil, a nova empresa continuará operando com o nome Oi, e, em Portugal, com o nome Portugal Telecom.

Comando

Zeinal Bava, que foi presidente da Portugal Telecom de 2008 a 2013 e que assumiu o cargo de diretor-presidente da Oi em junho, comandará a CorpCo - que terá sede no Rio de Janeiro - e suas subsidiárias.

"É um embrião de uma multinacional de língua portuguesa com atuação também na África e Timor-Leste e um mercado potencial de 260 milhões de pessoas", disse Bava. Segundo ele, a expectativa é que a companhia esteja entre os maiores grupos globais do setor. A união deve gerar uma economia de custos de cerca de R$ 5,5 bilhões.

Os atuais acionistas da TelPart (Telemar Participações) e um fundo administrado pelo BTG Pactual participarão da operação de aumento de capital de cerca de R$ 2 bilhões.

Desde que Bava assumiu a Oi, já era esperada a fusão. A Portugal Telecom entrou na Oi em 2010, comprando 22,4% da operadora por cerca de R$ 8 bilhões. Seus principais sócios na Oi, o Grupo Jereissati e a Andrade Gutierrez concordaram com a fusão e serão acionistas da nova empresa. A fusão acontece simultânea à venda da participação da PT na operadora Vivo para a espanhola Telefónica, por 7,5 bilhões de euros.

Vivo e TIM

Na semana passada, o grupo espanhol Telefônica, que no Brasil controla a Vivo, anunciou a ampliação da sua participação na Telecom Italia, dona da TIM, de 46% para 66%.

Pelas regras do setor de telecomunicações no Brasil, não pode haver sobreposições de outorga: ou seja, um mesmo grupo não pode ter duas empresas que atuam no serviço móvel pessoal (telefonia móvel) em uma mesma região. A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa.

Falta infraestrutura

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu, mais uma vez, que o problema "crucial" na área de telecomunicações no Brasil é a falta de infraestrutura. "As companhias investiram R$ 11 bilhões no primeiro semestre deste ano, mas precisamos investir muito mais. Ainda temos uma desigualdade muito grande entre as regiões", disse ele em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.

Bernardo apresentou a evolução do setor nos últimos anos. Segundo ele, o tráfego de dados no País segue crescendo a um ritmo superior ao da média mundial, e deve se expandir a uma taxa anual de 50%, gerando importante receita de publicidade para as empresas de internet. 


Diário do Nordeste

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