22/11/2013

América não esquece JFK 50 anos depois da morte


John Fitzgerald Kennedy (JFK) morreu há 50 anos. A 22 de novembro de 1963, com apenas 46 anos, o então presidente dos EUA foi assassinado durante o desfile presidencial em Dallas. Os norte-americanos fazem questão de homenagear a memória daquele que foi um dos símbolos políticos mais carismáticos do mundo.
Sexta-feira serão realizadas várias cerimónias em diversos pontos dos EUA. E Dallas, onde JFK foi assassinado, não fica de fora. Quem vai assistir a esta homenagem teve de submeter uma candidatura porque este evento não será aberto a todos, apenas alguns poderão assistir - os que ficarem em casa têm a televisão, que vai transmitir o evento em direto, como opção. Já no fim-de-semana, no Nasher Sculpture Center's está prevista a atuação de vários músicos, em concertos intimistas. 
Em Washington, a conferência "JFK Remembrance Day" realiza-se também na sexta-feira, onde vão estar presentes escritores, jornalistas e realizadores de cinema. O documentário, narrado por George Clooney, 'JFK: One PM Central Standard Time' será projetado, dando início a uma série de debates. As filmagens da CBS News, que captaram o momento do disparo sobre Kennedy, vão ser novamente exibidas, incluindo o momento em que o jornalista revela à nação americana que o presidente morreu.
Os canais de televisão estão a preparar uma programação especial dedicada a Jonh Kennedy. A 10 de novembro, estreia nos EUA, na National Geographic, o filme ‘Killing Kennedy', com Rob Lowe, Ginnifer Goodwin e Michelle Trachtenberg nos principais papéis. Ao longo de toda a semana serão transmitidos outros documentários, também em estreia em Portugal, dedicados a JFK.
O Smithsonian Channel, à semelhança da National Geographic, apresenta pela primeira vez o documentário ‘The Day Kennedy Died'. É narrado pelo ator Kevin Spacey e mostra fotografias, vídeos e testemunhos raros, que ajudam a contar, detalhadamente, o dia da morte do antigo presidente. A PBS, canal de serviço público norte-americano, Fox, CNN, CBS e ABC também apostam numa programação de conteúdos sobre Kennedy.
O cinema também não fica indiferente à data. Esta quinta-feira, ‘Parkland' chega às salas portuguesas de cinema. O filme relata os momentos após o ataque, nomeadamente, a chegada do corpo de JFK ao hospital. Escrito e realizado por Peter Landesman e produzido por Tom Hanks, este filme é a história verídica e, até agora, desconhecida das pessoas que estiveram nos bastidores de um dos acontecimentos mais marcantes da história. Zac Efron, Marcia Gay Harden, Paul Giamatti, Billy Bob Thornton e Jackie Earle Haley compõem o elenco.
A MORTE DO PRESIDENTE
Em 1963, o então presidente norte-americano Jonh Kennedy encontrava-se em campanha eleitoral para o segundo mandato. E, no Texas, as sondagens davam a vitória ao candidato republicano. Com o objectivo de reverter estas previsões, o vice-presidente Lyndon B. Johnson e o governador do Texas, John Bowden Connally Jr., sugeriram ao então presidente uma visita às principais cidades do Estado do Texas.
A 22 de novembro de 1963, JFK chegou a Dallas, no Texas, acompanhado da mulher, Jaqueleen Kennedy, e pela comitiva presidencial, onde percorreu a o centro da cidade num automóvel descapotável.
Às 12h30, perto do depósito de uma escola local, são disparados três tiros. O primeiro errou o alvo e atingiu um homem que assistia ao desfile. O segundo tiro, além de alvejar o governador Connally, acertou no pescoço do presidente. O terceiro e último, acertou Kennedy na cabeça - foi o disparo fatal. A primeira-dama, visivelmente perturbada, tentou acudir o marido, mas ao segundo disparo saltou para o capô da traseira do carro. Meia hora depois, Jonh Fitzgerald Kennedy é declarado morto. Lyndon Johnson assume então o cargo de presidente dos Estados Unidos. A cerimónia foi realizada no avião que transportava o corpo de Kennedy para Washington.
Vários cidadãos e alguns meios de comunicação, que estavam no local, captaram o momento da morte do presidente dos EUA. Numa rápida busca pela Internet, é possível encontrar vídeos bastante explícitos dos acontecimentos. Estas imagens foram utilizadas pela Comissão Warren, entidade responsável pelo caso, na investigação do assassinato.
Lee Harvey Oswald foi acusado do homicídio do presidente dos EUA, e logo ao final da noite do dia 22 foi condenado. Dois dias após a morte de JFK, Oswald foi morto na prisão por Jack Ruby, dono de um cabaré.
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EM IMAGENS E FRASES, A VIDA PRIVADA DE JFK
TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO
Todas as teorias apresentadas por estudiosos e curiosos sobre a morte de JFK, além da história em cima relatada, foram negadas pelo governo norte-americano.
Várias pessoas, que se dedicaram-se a estudar o caso, apontam que, ao contrário das investigações oficiais, foram disparados quatro tiros. Filmagens amadoras, gravações de áudio, depoimentos de testemunhas provam esta versão. Na perícia da arma foi provado que Lee Harvey Oswald só disparou três vezes. Então quem disparou uma quarta vez? Havia um segundo atirador no local.
Na versão oficial, a bala de Oswald entrou por trás do pescoço de Kennedy, saiu pela frente, virou à direita e depois à esquerda, entrou nas costas do governador Connally, saiu pelo peito, atravessou o seu pulso direito e acabou na perna esquerda do governador do Texas. Um percurso demasiado atribulado para um só disparo, pois sabe-se que a primeira bala acertou em alguém da assistência e a segunda atingiu a cabeça do presidente.
Outra teoria muito semelhante, segundo o documentário 'JFK: The Smoking Gun', é que o autor do disparo fatal foi George Hickey, que seguia no carro atrás de Kennedy. O documentário acusa o agente Hickey e os colegas de estarem de ressaca, por causa de uma festa na noite anterior. O documentário defende que foi montada uma operação para esconder a verdade e não manchar a imagem da CIA. Hickey disparou por acidente após ouvir o primeiro disparo, acertando em cheio na cabeça de Kennedy. O antigo agente, que morreu em 2011, testemunhou que carregou a arma quando ouviu o tiro, no entanto, não confirmou que tenha disparado.
Entre as várias teorias da conspiração que surgiram, a mais consensual é a de que a CIA planeou o assassinato de JFK. Kennedy era contra alguns projetos que estavam a ser desenvolvidos pela agência de inteligência civil. Três anos antes da morte, o presidente rejeitou uma operação especial e começou a tomar medidas para limitar o poder da agência.
Howard Hunt, membro da CIA, confessou, dias antes de morrer, que quem planeou o ataque foi Lyndon B. Johnson, o vice-presidente americano, que depois do assassinato de JFK, se tornou o 36.º presidente dos Estados Unidos. Segundo Hunt, Johnson estava ansioso por se sentar na sala oval. Alguns agentes da CIA participaram no planeamento da morte do presidente. E Howard Hunt admitiu que fez parte do grupo. O ex-agente da CIA denunciou ainda Cord Meyer, cuja mulher, alegadamente, se envolveu com JFK. O atirador contratado foi um assassino especial da CIA, proveniente da máfia e conhecido como Luciano Sarti.
Uma das mais recentes polémicas a envolver os Kennedy é a verdade por trás do desaparecimento do cérebro do presidente, em 1966. James Swanson, autor de ‘End of day: the assassination of JFK' afirma que o roubo terá sido ordenado por Robert Kennedy, irmão de JFK, com o objetivo de esconder a dimensão da demência e a mistura de medicação que Jonh Kennedy tomava por ocasião da morte. O presidente foi diagnosticado com a doença de Addison, hipertiroidismo e sofria de fortes dores de costas. Swanson afirma que este desaparecimento em nada está relacionado com as teorias de conspiração, mas sim com a proteção da imagem de JFK.
A MALDIÇÃO DA FAMÍLIA KENNEDY
Em torno da família Kennedy existe uma aura de mistério e escuridão. Apesar de muito admirados pelos norte-americanos, os Kennedy estão ligados a mortes trágicas e precoces. Há quem lhe chame ‘A Maldição dos Kennedy'.
Vários membros da família morreram prematuramente. É certo que alguns morte foram por causas naturais, mas outras não foram assim tão ‘normais'. Três Kennedys morreram devido a desastres de avião, dois foram assassinados e um sofreu uma lobotomia. Carros que caíram de pontes, cancro, ataques cardíacos, bebés que nasceram mortos e suicídios são apenas alguns exemplos de mortes na família.
ENQUADRAMENTO POLÍTICO
Em 1960, os Estados Unidos estavam em plena campanha eleitoral. A sociedade americana ainda enfrentava alguns problemas sociais e económicos resultantes da Segunda Guerra Mundial.  A emergência de problemas nacionais fez com que um jovem democrata vencesse as eleições.
O mandato de JFK ficou marcado por medidas que ampliaram os direitos sociais e promoviam a integração racial. Ainda durante a campanha presidencial, Kennedy e o irmão Robert foram fundamentais para a libertação de Martin Luther King da prisão.
Um dos grandes objetivos do presidente norte-americano era liderar a corrida ao espaço. Kennedy pediu ao Congresso para aprovar um orçamento de mais de 25 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de euros) para o Programa Apollo, mas só a 20 de julho de 1969, quase seis anos após a morte de JFK, o Programa da Apollo 11 alcançou o objetivo, e, finalmente, o homem chegou à Lua. Momentos históricos como a crise dos mísseis soviéticos em Cuba, ponto alto da guerra fria, e a derrotada invasão da Baía dos Porcos também se estacaram nos três anos de governo.
Durante o governo de Kennedy, também existiram momentos negativos na sua administração. Os mais conhecidos são as intervenções militares no Vietname e no Iraque, este último para derrubar Abdel Karim Kassem.
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DAS SEMELHANÇAS ENTRE KENNEDY E LINCOLN
POLÍTICOS INSPIRADOS EM KENNEDY
Jimmy Carter (foto em baixo) foi o primeiro presidente democrata após o assassinato de John Kennedy. Nascido no Estado sulista da Geórgia, Carter tomou posse em janeiro de 1977 e, durante o seu único mandato, adotou políticas, ao contrário dos seus antecessores republicanos, de abertura democrática de países da América Latina, embora quase todos estivessem sob regime ditatorial.
Bill Clinton (na foto em baixo), também democrata, foi o 42º presidente dos EUA e governou por dois mandatos, entre 1993 e 2001. O nome está inevitavelmente conotado com o escândalo sexual, em que, alegadamente o presidente mantinha relações com uma jovem estagiária, Monica Lewinsky, na sala oval.
Polémicas à parte, os mandatos de Clinton foram anos de grande desenvolvimento económico, em que a administração apostou em reformas na área de educação, restrição na vendas de armas, fortalecimento das leis ambientais e proteção do emprego de pais que têm como dependentes filhos doentes. A política internacional, passou por reduzir barreiras de comércio) e mediar os conflitos na Irlanda do Norte e entre israelenses e palestinos.

O atual presidente, Barack Obama, é, provavelmente, o que mais se inspiro em JFK. Não só incluiu na sua administração membros da família Kennedy, como também durante as campanhas eleitorais falou e sublinhou algumas ações do antigo presidente.
Em janeiro de 2009 tomou posse como o primeiro presidente afro-americano. O tema forte da política Obama era a retirada das forças americanas do Iraque. Obama foi o primeiro presidente dos EUA a lutar pela igualde de direitos dos homossexuais, e o primeiro a proferir a palavra ‘gay' num discurso politico. A legislação económica inclui um aumento dos gastos federais para a saúde, infra-estruturas, educação e vários benefícios fiscais.
Um dos momentos altos da administração Obama foi a captura de Osama bin Laden, em julho de 2010.
A MULHERES AO LADO DE JFK
Ao lado de Jonh Kennedy estava, quase, sempre Jaqueleen Kennedy, tratada carinhosamente por Jackie. A mulher do presidente deixou marca na Casa Branca, ao redecorar as áreas de habitação familiar. É lembrada pelas contribuições para a arte, arquitectura, história, estilo, elegância. O casaco rosa da Chanel, que usou no dia em que o marido foi assassinado, tornou-se num símbolo da morte de Kennedy.
Jonh Kennedy tinha apenas uma mulher a seu lado, Jackie, mas eram várias as que o acompanhavam fora das luzes da ribalta. São conhecidos alguns 'affairs' ao antigo presidente, como por exemplo, Pamela Turnure (assessora de imprensa de Jaqueleen Kennedy), Mary Pinchot Meyer (cunhada do vice-presidente do ‘Washington Post') e várias secretárias e funcionárias da Casa Branca, a que JFK chamava 'Fiddle' e ‘Faddle'.
O caso mais mediático foi o, suposto, 'affair' com Marilyn Monroe. Os rumores começaram, maio de 1962, no Madison Square Garden (Nova Iorque): Marilyn cantou o ‘Happy Birthday' ao presidente. Curiosamente, este foi o único caso extraconjugal que Kennedy fez questão de desmentir. Pelo contrário, Marilyn contou, mais do que uma vez, que se encontrava com o JFK em hotéis. Não existem certezas de que os dois realmente se envolveram, no entanto, há registos de que a atriz ligou bastantes vezes para a Casa Branca.
A REALEZA AMERICANA
Os Kennedy são considerados a realeza dos EUA. Hoje em dia, os membros da família dividem-se entre a vida politica e a vida artística. Alguns escândalos e polémicas mancharam, ao longo do último século, o nome da família, que na realidade nunca esteve limpo, mas foi sempre muito admirado pela população americana.
A dinâmica familiar pouco se alterou. Continuam mergulhados nas políticas democratas e nunca afastados de polémicas.
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O QUE FAZEM OS KENNEDY DOS DIAS DE HOJE


Por:Marta Gonçalves
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