22/11/2013

SANTA CECÍLIA: "Nenhuma mão humana pode me tocar, pois sou protegida por um anjo..."

Pe. José Fernandes De Oliveira*

Celebramos hoje com toda a Igreja a memória de SANTA CECÍLIA, padroeira da música. A popularidade da devoção para com a virgem e mártir romana Santa Cecília fez com que o calendário litúrgico conservasse sua memória, embora faltem testemunhos anteriores ao século VI. Esta devoção e também o patrocínio de Santa Cecília sobre a música sacra devem-se ao relato do seu martírio posterior a 486. 
Neste relato, Cecília é identificada com uma santa de mesmo nome, sepultada nas catacumbas de São Calisto e que teria sofrido o martírio durante o império de Alexandre Severo, pelo ano de 230. Cecília, nobre e rica, ia diariamente participar da santa missa celebrada pelo Papa Urbano nas catacumbas da via Ápia, aguardada por um grande número de pobres, que conheciam a sua generosidade. 
Cecília, noiva de Valeriano, na noite de núpcias, enquanto os órgãos tocavam, ela cantava em seu coração somente para o Senhor. É deste trecho do relato do seu martírio de onde teve origem o patrocínio sobre a música sacra. Quando chegou a noite, Cecília disse ao jovem Valeriano: "Nenhuma mão humana pode me tocar, pois sou protegida por um anjo. Se você me respeitar, ele amará você, como me ama". 
O esposo decepcionado não teve alternativa: seguiu o conselho de Cecília. Fez-se instruir e batizar pelo papa Urbano e depois partiicipou do mesmo ideal de pureza, recebendo em recompensa a mesma sorte gloriosa: a palma do martírio, ao qual, pela graça de Deus foi associado também seu irmão Tibúrcio. Apesar dessa narrativa ser fruto de piedosa fantasia, os mártires Valeriano e Tibúrcio, sepultados nas catacumbas de Pretestato, são históricamente certos. 
Após o processo, referido com todos os detalhes pelo autor do relato do martírio, Cecília, condenada à decapitação, recebeu três golpes do algoz sem que sua cabeça caísse; ela havia pedido e obtida a graça de rever o papa Urbano antes de morrer. Aguardando essa visita, ela sobreviveu ainda três dias professando a fé. Não podendo mais falar, expressou com os dedos sua fé em Deus, uno e trino. 
Até onde isso tem confirmação histórica, nunca se vai saber.
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Santa Cecília, preservai o nosso ouvido e a nossa mente de tantas músicas de letras obscenas, de duplo sentido, de tanta baixeza, de paupérrima musicalidade e extremamente barulhentas. É muito barulho para letras de musicalidade de tamanha pobreza. É a mais clara expressão da paupérrima cultura popular brasileira infelizmente cantada e exaltada por setores da imprensa escrita, radiofônica e televisa deste sofrido País. O nível dessas músicas somente se igual ao nível da corrupção instalada nas três esferas do poder público e que está se tornando um traço cultural da nação por causa da impunidade. 

*Doutor em Direito Canônico, Presidente do Tribunal Eclesiástico do Ceará e professor da Faculdade Católica de Fortaleza

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