A maior cheia da região ocorreu em 2012, quando o Rio Negro atingiu os 29,97 m.
O Serviço Geológico do Brasil aumentou de 29,49 para 29,6 metros (m) a previsão para a cota máxima de cheia dos rios Negro e Solimões em Manaus. Com a variação de 11 centímetros, espera-se uma das piores cheias de todos os tempos. Como faz todo ano, a prefeitura de Manaus adota medidas para evitar maiores problemas para a população nas regiões de maior vulnerabilidade.
Atualmente o rio está com uma cota de 29,29 m, informou a prefeitura. A maior cheia da região ocorreu em 2012, quando o Rio Negro atingiu os 29,97 m. A segunda maior aconteceu em 2009 (29,77), atrás apenas da ocorrida em 1953, quando o Rio Negro atingiu a marca de 29,69 m. No ano passado, a cota ficou em 29,33 m.
“Estamos no final da enchente para Manaus. Por enquanto, o rio vem subindo entre 2 e 3 centímetros por dia, só devendo parar em meados de junho. Como não é um rio muito vertical, ele tende a demorar a baixar. Isso significa que o tempo de permanência das águas altas pode superar 40 dias”, disse à Agência Brasil o superintendente do serviço geológico em Manaus, Marco Antônio Oliveira.
“Isso é preocupante porque, em se tratando de cheia grande, os igarapés ficam represados pelo Rio Negro e só começam a descer após a vazante. Como são águas poluídas, com muito despejo de esgotos, há uma tendência de agravar doenças”, acrescentou.
De acordo com a prefeitura de Manaus, as situações emergenciais se tornaram, de certa forma, cotidianas. Com o maior conhecimento adquirido sobre os riscos, o poder público tem conseguido evitar mortes em decorrência de enchentes. Cerca de dez órgãos estão envolvidos nas ações, tendo, na ponta, a defesa civil e assistência social.
Basicamente, são ações envolvendo obras, a limpeza pública e o meio ambiente em três frentes: centro da cidade, área urbana de bairros à margem de bacias, e público ribeirinho. Dos ambientes urbanos de Manaus, o que costuma ser mais atingido é o centro, nas ruas próximas ao porto e ao mercado municipal. Com a população ribeirinha, que vive à beira de rios e igarapés (córregos), o trabalho é mais intenso pela gravidade e pelo risco maior de as comunidades ficarem submersas.
Nas áreas urbanas a prefeitura costuma despejar cal na água, para evitar mau cheiro, contaminações e prevenir doenças. Uma preocupação que abrange todas as áreas afetadas é a de garantir a acessibilidade de população. Para isso são instaladas passarelas metálicas ou de madeira.
Outra medida que é adotada nessas situações é a retirada de comerciantes, em especial os que vendem alimentos. Eles são deslocados para uma outra área previamente preparada. Ainda nas áreas urbanas, desde o ano passado, têm sido feitos alguns trabalhos preventivos em bairros localizados à margem de bacias e igarapés.
Nas visitas às famílias que vivem nessas localidades foram feitos cadastramentos e a instalação de pluviômetros para monitorar riscos de alagamentos e de cheias. Palestras procuraram alertar a população sobre áreas de risco, procedimentos e acionamento do poder público; sobre as primeiras medidas a serem adotadas pelos moradores e sobre riscos e cuidados com a saúde. Os problemas relativos ao meio ambiente entram na pauta, uma vez que é grande a incidência de lixo e esgoto nos igarapés.
Se necessário, as famílias serão retiradas de suas casas. Segundo a prefeitura, os deslocados recebem o Aluguel Social, um programa do governo federal destinado a toda família atingida por desastres naturais. O benefício paga R$ 300 por seis meses, para serem usados no pagamento de aluguel.
Agência Brasil
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