A criança teve autorização médica para sair ao jardim do hospital.
Ela está internada nos Estados Unidos para transplantar seis órgãos.
Pela primeira vez desde que nasceu a pequena Sofia Gonçalves de Lacerda teve autorização para dar um passeio no colo dos pais. O vídeo (veja ao lado) com a saída da criança do interior do hospital foi postado neste domingo (6) em uma página que a família mantém em uma rede social. O bebê de 6 meses nasceu com a Síndrome de Berdon, doença rara que impede o funcionamento de vários órgãos do abdômen.
Há três dias no Jackson Memorial, emMiami, nos Estados Unidos, a pequena Sofia teve autorização do médico Rodrigo Vianna para dar um passeio pelo jardim do hospital. No colo da mãe, a criança quase não conseguia abrir os olhos por conta da claridade. Segundo o pai, Gilson Gonçalves da Silva, que fez o vídeo, a criança não está acostumada a sair do quarto de hospital e não está acostumada com a luz do sol.
A mãe de Sofia, Patrícia de Lacerda, se emocionou com o passeio e ficou a todo momento conversando com a criança e narrando a passagem de pessoas e o ambiente em volta. "O passeio só foi possível porque ela vai ficar quatro horas sem a nutrição (que é feita por sondas)", explica.
Mobilização nacional
O drama de Sofia começou assim que a família descobriu a doença. Para sobreviver, a menina precisa de um transplante de seis órgãos (estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e, provavelmente, um dos rins), que custa mais de R$ 2 milhões. Desde que nasceu ela já passou por três cirurgias, mas ainda necessita de atendimento especializado, que só é feito nos Estados Unidos.
O drama de Sofia começou assim que a família descobriu a doença. Para sobreviver, a menina precisa de um transplante de seis órgãos (estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e, provavelmente, um dos rins), que custa mais de R$ 2 milhões. Desde que nasceu ela já passou por três cirurgias, mas ainda necessita de atendimento especializado, que só é feito nos Estados Unidos.
Quando descobriu a doença, a família pediu ajuda financeira de todas as formas para conseguir uma viagem até os EUA. A campanha foi intitulada "Ajude a Sofia" e ganhou força nas redes sociais: quase 764 mil pessoas já curtiram e compartilharam a página, inclusive celebridades.
Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia só tinha saído para ser transferida para o Hospital Samaritano, em Sorocaba, ou fazer os exames pedidos pela Justiça no Hospital das Clínicas de São Paulo (SP). O bebê nunca fez xixi ou cocô e só se alimenta por nutrição parenteral – quando uma solução manipulada pelo médico é aplicada diretamente na corrente sanguínea.
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Após diversas questões judiciais, o desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a transferência da menina para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde ela passaria por novos exames que confirmassem a síndrome de Berdon e a possibilidade de realizar o transplante no Brasil.
No entanto, a família recusou um novo procedimento cirúrgico, e médicos especialistas também atestaram que a tecnologia nacional não era avançada o suficiente para realizar o transplante com sucesso. Dessa forma, a menina foi novamente encaminhada para o Hospital Samaritano, de onde saiu para ser levada aos Estados Unidos.
Na madrugada de quarta-feira (2) finalmente Sofia, a mãe e uma equipe de profissionais do Ministério da Saúde embarcaram em um jatinho especial para os Estados Unidos. A partida de Sorocaba emocionou médicos e enfermeiros do hospital onde ela permaneceu internada e amigos da família. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves da Silva, embarcou em um voo comercial.
A família aguarda a doação dos órgãos para o transplante, o que demora, em média, seis meses nos Estados Unidos. Depois da cirurgia, a criança permanecerá em tratamento por dois anos. De acordo com os médicos, a chance de êxito é de 85%. No começo, Sofia, pai e mãe ficarão hospedados na casa de um brasileiro que se ofereceu para ajudar. Ela também terá o acompanhamento de médicos e enfermeiros durante o dia e a noite.
O nome de registro de nascimento da criança é com "ph" (Sophia), mas, em virtude de a campanha de ajuda ter sido iniciada com "Sofia", a própria família adotou essa grafia para evitar problemas com as doações.
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