10/12/2014

'Temos que agir já', diz Ban Ki-moon

Lima. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, demonstrou preocupação com o ritmo lento das ações para combater as mudanças climáticas e disse ontem, em encontro em Lima, que não há “tempo para brincadeira”, e pediu uma mudança urgente para economias mais verdes.


Ban disse que ainda há uma chance de se limitar o aquecimento global ao teto acordado internacionalmente de 2 graus Celsius acima do nível pré-industrial, de forma a limitar enchentes, secas, desertificação e aumento no nível do mar.


Progressos


“Mas a janela de oportunidade está se fechando rapidamente”, disse o secretário-geral da ONU a representantes de cerca de 190 países no encontro realizado na capital peruana com o objetivo de preparar um acordo a ser assinado em Paris, no ano que vem, para limitar as emissões de gases-estufa do mundo.


Apesar de sinais de progresso, Ban disse estar “profundamente preocupado que nossa ação coletiva não se equipare a nossas responsabilidade comuns”. “Precisamos agir agora”, afirmou.


Ban elogiou sinais de ação, como mais negócios que favorecem mercados de carbono e um dia de marchas em setembro que, segundo ele, mobilizou centenas de milhares de pessoas nas ruas, “de Manhattan a Mumbai a Melbourne”.


Ban também saudou as promessas feitas por nações desenvolvidas que totalizam quase 10 bilhões de dólares para um Fundo Climático Global, que ajudará países em desenvolvimento a cortar emissões e se adaptar a mudanças climáticas.


Ele pediu aos países que ainda não fizeram doações que “considerem assumir compromissos financeiros ambiciosos em Lima”. A Austrália é o único grande país desenvolvido que ainda não contribuiu para o fundo, preferindo se concentrar em iniciativas nacionais.


Contribuições


Ban pediu aos países desenvolvidos que “cumpram e superem” a meta estabelecida em 2009 de mobilizar ao menos 100 bilhões de dólares por ano, em financiamento público e privado, até 2020 para ajudar países em desenvolvimento.


O fim de março já era previsto como data final para a entrega das Contribuições Intencionais Nacionais Determinadas (INDCs, na sigla em inglês), mas a comissária da ONU para o clima, Christiana Figueres, já trabalha em um possível adiamento.


O governo brasileiro deve entregar suas metas nacionais após o prazo previsto. Ainda estão em andamento consultas à sociedade civil e aos setores da economia sobre os cortes de emissões a serem realizados pós-2020. O ano é quando o novo acordo climático entrará em vigor, obrigando a todos os governos a reduzir suas emissões.


Legado


Na abertura do evento em Lima, que segue até dia 12, a secretária-executiva da ONU para o Clima, Christiana Figueres, alertou sobre qual é o legado que a população atual quer deixar. “A história não nos julgará apenas pelas toneladas de gases que lançamos na atmosfera, mas vão nos julgar também se fomos capazes de nos adaptar e criar um futuro melhor para todos. Vocês devem criar esse futuro”, disse.


Durante a cerimônia foi anunciado que no fim de junho do ano que vem haverá um novo encontro de alto nível em Nova York, sede da ONU, para finalizar os últimos detalhes antes da conferência de Paris, quando será assinado o documento que criará o acordo do clima.


Os primeiros rascunhos dos elementos que farão parte do acordo foram publicados na manhã de ontem. A primeira versão não agradou muito, principalmente a parte que trata das INDCs. União Europeia e Estados Unidos querem que para o acordo esteja vinculada apenas a quantificação de gases a ser cortada a partir de 2020. A intenção vai na contramão do pedido de nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil.


Diário do Nordeste



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