São três objetivos: o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança.
O papa Francisco anunciou que o ano de 2015 será dedicado à Vida Consagrada: do Primeiro Domingo do Advento de 2014 até o dia 2 de fevereiro de 2016. A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada já tem trabalhado em tópicos e reflexões sobre o assunto com subsídios próprios para aprofundar este tema tão importante.
O papa afirmou, em uma reunião dos Superiores Gerais dos Institutos Religiosos, que a radicalidade é pedida a todos os cristãos, mas os religiosos são chamados a seguir o Senhor de uma forma especial. “Eles são homens e mulheres que podem acordar o mundo. A Vida Consagrada é uma profecia”.
O Sumo Pontífice indicou três objetivos para o Ano da Vida Consagrada: olhar para o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança. Entre as expectativas, está a confirmação de que Deus pode encher a vida de alegria. O papa também espera que os consagrados “despertem o mundo”, já que o que caracteriza a vida consagrada é a profecia, e que prevaleça a “espiritualidade da comunhão”.
Na carta do papa às pessoas consagradas, para a proclamação do Ano da Vida Consagrada, de 21 de novembro de 2014, ele se dirige, além dos consagrados, também aos leigos que partilham com eles ideais, espírito e missão. O Pontífice reconhece que, em torno de cada família religiosa, está presente a “família carismática”, que compreende cristãos leigos que, em sua condição laical, se sentem chamados a participar dessa realidade. Francisco recorda que o Ano da Vida Consagrada não diz respeito somente às pessoas consagradas, mas a toda a Igreja. O povo cristão é convidado a ter consciência do dom que é a presença dos consagrados e partilhar com eles dificuldades e alegrias.
A celebração de início do Ano da Vida Consagrada foi presidida pelo Cardeal Brasileiro, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, João Braz de Aviz, haja vista que o Papa Francisco estava em viagem Apostólica na Turquia. O cardeal brasileiro iniciou sua homilia comentando a mensagem enviada pelo Papa para a ocasião. O Santo Padre exortou os consagrados a um testemunho luminoso, indicando três caminhos: alegria, coragem e comunhão.
Dom João Braz de Aviz falou ainda que quanto mais o homem se entrega confiante nas mãos de Deus, mais caminha com segurança para o encontro com Ele. “Este comportamento poderá dar muita profundidade ao ano que agora iniciamos”.
Para o Ano da Vida Consagrada, o Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Maior da Santa Sé, emitiu o decreto no qual se prescrevem as condições pelas quais se concedem, por vontade do Papa Francisco, as Indulgências Plenárias por ocasião desse ano. Estas indulgências estão vinculadas às celebrações especiais em Roma, nas Dioceses particulares e à Oração da Liturgia das Horas.
A graça concedida pretende “ampliar a renovação dos institutos religiosos, sempre com a maior fidelidade ao carisma do Fundador”, e busca dar “aos fiéis de todo o mundo uma ocasião alegre de confirmar a Esperança, a Fé e a Caridade em comunhão com a Santa Igreja Romana”, segundo afirma o decreto.
As condições dadas são: participar em Roma dos Encontros Internacionais estabelecidos pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, além de dedicar “uma razoável quantidade de tempo a pensamentos piedosos, concluindo com o Pai Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legitimamente aprovada, e piedosas invocações à Virgem Maria”.
Além da possibilidade de ganhar as indulgências em Roma e nas Igrejas Particulares (Dioceses) de todo o mundo, os fiéis poderão ganhá-las “nos dias diocesanos dedicados à vida consagrada e nas celebrações diocesanas programadas para o Ano da Vida Consagrada”, com a condição de visitar com piedade a Catedral ou o lugar especialmente determinado pelo Bispo, uma igreja conventual ou o oratório de um Mosteiro de Clausura. Nestes lugares os fiéis devem “recitar publicamente a Liturgia das Horas ou, por uma quantidade razoável de tempo, dedicar-se a piedosos pensamentos, concluindo com o Pai Nosso, a Profissão de Fé em qualquer forma legitimamente aprovada, e piedosas invocações à Virgem Maria”, da mesma maneira descrita para os fiéis em Roma.
Ao iniciar a carta, o papa se coloca como membro da vida consagrada: “escrevo-vos como Sucessor de Pedro, a quem o Senhor Jesus confiou a tarefa de confirmar na fé os seus irmãos (cf. Lcx 22,32), e escrevo-vos como vosso irmão, consagrado a Deus como vós.” E também recorda a importância da família: “Bendigo o Senhor pela feliz coincidência do Ano da Vida Consagrada com o Sínodo sobre a Família. Família e vida consagrada são vocações portadoras de riqueza e graça para todos, espaços de humanização na construção de relações vitais, lugares de evangelização. Podem-se ajudar uma à outra”.
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