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Área de lazer que abrigou quilombo entre 1750 e 1805 recebeu 13 plantas.
Um projeto idealizado por um professor e historiador de Piracicaba (SP) tem o objetivo de criar uma pequena África” no município com o plantio de árvores, placas com frases da filosofia e história do continente, além uma biblioteca temática. O local escolhido foi o Parque Histórico Corumbataí no bairro de Santa Terezinha, que foi área de quilombo entre 1750 e 1804. Segundo Noedi Monteiro, idealizador da iniciativa, as mudas, entre elas a sagrada Baobá, já foram plantadas no Dia da Consciência Negra, no dia 20 de novembro.
Entre as árvores que foram plantadas pelo grupo estão, a Kigela Pinnata, Estrelícia Branca, Dendezeiro, Acácia, Cacto Africano. No entanto, a que mais se destaca é o Baobá. Considerada árvore símbolo da África, a planta é sagrada e usada para rituais. Nativo da ilha de Madagascar, o Baobá pode chegar a 35 metros de altura e o tronco pode atingir 7 metros de diâmetro.
A árvore é importante para o povo africano principalmente pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que auxilia os povos das regiões mais áridas. Além disso, há diversos mitos envolvendo a árvore, como a crença do Senegal de que, se um morto for “enterrado” dentro do tronco de um Baobá, sua alma continuará viva pelo tempo em que a árvore permanecer em pé.
De acordo com Monteiro, plantar as árvores foi somente o primeiro passo para promover o resgate da cultura africana na cidade. “Piracicaba é marcada pela história dos negros. É preciso criar essa consciência, mostrar de onde viemos. Só nessa área onde está o parque viveram cerca de 5 mil escravos”, afirmou o historiador. Segundo ele, o quilombo foi destruído porque o governo da época acreditava que os escravos estavam extraindo ouro do local.
Para tornar o parque ainda mais temático, o projeto pretende montar uma biblioteca pública com um acervo voltado para obras sobre a história e cultura africana. “Tenho muito material e continuamos ampliando o acervo para reunir toda essa tradição na biblioteca”, afirmou. Além disso, o parque receberá ainda um segundo grupo de árvores, entre elas mudas de mogno africano. “É um espaço publico que trará a memória de nossos antepassados”, afirmou Monteiro.
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