D. Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai, manifesta surpresa com nomeação do Papa
“Leio a nomeação na atitude do próprio Papa Francisco, em ver a Igreja humilde e pobre como o seu fundador”, declarou à Rádio Vaticano.
O prelado nasceu em 1927 em Mangunze, na atual Diocese de Xai-Xai (antiga João Belo), e foi ordenado sacerdote na Catedral de Maputo, em 1957; a 31 de maio de 1976 foi escolhido por Paulo VI como bispo da sua diocese de origem, cargo que ocupou até 2004.
O novo cardeal moçambicano recorda o seu serviço numa Igreja “perseguida” após a independência do país, num “momento muito difícil”.
“O trabalho que fiz na diocese foi centrado no clero, porque não tinha clero diocesano”, recorda.
Numa diocese de 76 mil quilómetros quadrados, D. Júlio Duarte Langa sublinha que a prioridade foi “manter a Igreja, para que não morresse neste país”, algo que “felizmente” foi conseguido em Moçambique.
O Papa Francisco vai criar 15 cardeais eleitores a 14 de fevereiro, incluindo o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e cinco cardeais com mais de 80 anos de idade, reconhecendo “a sua caridade pastoral no serviço à Santa Sé e à Igreja”.
D. Júlio Duarte Langa contribuiu para a tradução dos documentos do Concílio Vaticano II para várias línguas moçambicanas.
O porta-voz da Conferência Episcopal Moçambicana, D. João Carlos Nunes, disse à Lusa que os bispos do país receberam a decisão do Papa com “enorme satisfação”.
A Igreja Católica em Moçambique tinha como cardeal o arcebispo emérito de Maputo, D. Alexandre dos Santos.
RV/OC
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