01/06/2016

OBSERVAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO ADJETIVO (1)

José Olímpio de Sousa Araújo*


1. No comparativo e superlativo de superioridade dos adjetivos ‘bom’, ‘mau’, ‘grande’, ‘pequeno’, empregam-se normalmente as formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor).


Exemplos:

Ele não é melhor que você e ao ‘mais bom)’. / Ela é a menor aluna da turma  (em vez de ‘mais pequena’.)


Mas se usam as formas ´’mais bom’, ‘mais ruim’, ‘mais grande’, ‘mais pequeno’ (formas analíticas) quando se comparam duas qualidades num mesmo ser.

Veja: Este café está mais ruim que frio. / Ela é mais pequena do que gorda.


2. Quando queremos intensificar as qualidades, estados, ou características dos seres, usamos o superlativo absoluto sintético (o mais alto grau do adjetivo). Isto ocorre através dos sufixos -íssimo, -imo, érrimo.


A maioria se forma com o sufixo -ÍSSIMO: alto — altíssimo, belo — belíssimo, digno — digníssimo, justo — justíssimo.


E atenção! Como este processo se forma a partir da origem (latina) da palavra, ocorre às vezes alteração no radical do superlativo. Como nestes casos (a forma original em latim entre parênteses):

→ amargo (amarus) — amaríssimo; amigo (amicus) — amicíssimo; antigo antiquus) — antiquíssimo, cruel (crudelis) — crudelíssimo; doce (dulcis) — dulcíssimo; geral (generalis) — generalíssimo; sábio (sapiens) — sapientíssimo; sagrado (sacratis) — sacratíssimo; soberbo (superbus) — superbíssimo;

→ amável (amabilis) — amabilíssimo, terrível (trerribilis) — terribilíssimo (com esta terminação para os adjetivos terminados em VEL);

→ feliz (Felix, Felice — felicíssimo, veloz — velocíssimo (O Z muda para C);

→ com -ÉRRIMO os terminado em -RE, RO: célebre — celebérrimo; magro (macer) — macérrimo; negro (Níger) — nigérrimo; pobre (pauper) — paupérrimo;

→ com -IMO os terminados em CIL: fácil — facílimo, dócil — docílimo.

→ Outros casos: benévolo — benevolentíssimo, humilde — humílimo, magnífico — magnificentíssimo, malévolo — malevolentíssimo, sério — seriíssimo (com os dois ii); etc.

Assim, a língua culta não aceita as formas populares: amiguíssimo, amarguíssimo, magríssimo, pobríssimo, docíssimo, seríssimo, etc.


*Coautor dos livros “Desenvolvendo a habilidade de escrever” e “Ortografia Atualizada” / Secretário da Academia Metropolitana de Fortaleza. / Radialista, produz e apresenta o “Minuto da Língua” (pela FM Universitária, 107,9).


OBSERVAÇÕES SOBRE O EMPREGO DO ADJETIVO (1)

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