Profissionais dizem que assinatura e credibilidade sempre farão diferença.
'O jornalismo de qualidade vai viver mesmo depois do papel', diz Seleme.
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O futuro do jornalismo e a sobrevivência da mídia tradicional diante das mudanças tecnológicas e do avanço da era digital foi tema de debate de executivos de grupos de comunicação neste domingo (14), em painel aberto para estudantes e professores dentro da programação da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), que vai até terça-feira em São Paulo.
O editor-executivo da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, destacou que “ninguém sabe” qual será o modelo de negócio e de jornalismo do futuro, mas afirmou que o profissional terá de ser, necessariamente, multimídia e capaz de produzir conteúdo em diferentes plataformas . “Se não for, não vai ter emprego”, disse.
“Hoje não se concebe mais numa redação um processo de produção que não inclua, eventualmente, um vídeo ou uma infografia animada”, acrescentou o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour.
O editor-executivo da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, destacou que “ninguém sabe” qual será o modelo de negócio e de jornalismo do futuro, mas afirmou que o profissional terá de ser, necessariamente, multimídia e capaz de produzir conteúdo em diferentes plataformas . “Se não for, não vai ter emprego”, disse.
“Hoje não se concebe mais numa redação um processo de produção que não inclua, eventualmente, um vídeo ou uma infografia animada”, acrescentou o diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour.
Os executivos demonstraram otimismo com relação à sobrevivência dos jornais e destacaram que no Brasil, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos e Europa, a circulação de jornais impressos continua crescendo, favorecida pelo aumento das vendas das publicações mais populares.
Segundo Gandour, a mídia tradicional sobreviverá se souber manter os valores e princípios do jornalismo como rigor na apuração, método de trabalho e domínio da técnica narrativa. “Os princípios jornalísticos irão sobreviver, não importa os meios ou as plataformas”, disse. “Com o avanço da saturação informativa, com tamanha abundância de notícias, as pessoas irão procurar a notícia bem apurada e contextualizada”, acrescentou.
Segundo Gandour, a mídia tradicional sobreviverá se souber manter os valores e princípios do jornalismo como rigor na apuração, método de trabalho e domínio da técnica narrativa. “Os princípios jornalísticos irão sobreviver, não importa os meios ou as plataformas”, disse. “Com o avanço da saturação informativa, com tamanha abundância de notícias, as pessoas irão procurar a notícia bem apurada e contextualizada”, acrescentou.
Qualidade e credibilidade
Para o diretor de redação de “O Globo”, Ascânio Seleme, a credibilidade ainda é o grande trunfo das mídias tradicionais. “Não acredito no fim do jornal impresso na minha geração”, disse, destacando que, com o avanço da era digital as empresas de comunicação irão entregar a notícia para o leitor “no formato que ele quiser”.
Para o diretor de redação de “O Globo”, Ascânio Seleme, a credibilidade ainda é o grande trunfo das mídias tradicionais. “Não acredito no fim do jornal impresso na minha geração”, disse, destacando que, com o avanço da era digital as empresas de comunicação irão entregar a notícia para o leitor “no formato que ele quiser”.
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“O jornalismo de qualidade vai viver mesmo depois do papel, porque o mercado está em alta e irá crescer ainda mais”, afirmou Seleme. Para o executivo, quem precisa de informação de qualidade, isenta e bem analisada continuará a ter de buscar em “marcas consolidadas” e com “credibilidade”.
O presidente da agência de notícias EFE, José Antonio Vera Gil, citou relatório do Instituto Pew, dos Estados Unidos, que mostra que mais pessoas leem notícias no computador do que no papel e destacou que, na Espanha, todos os veículos impressos sofreram redução em vendas e lucros. “O jornal não tem futuro sem a internet”.
Hábitos de consumo e ética Com relação ao futuro das agências de notícias internacionais, Gil acredita que a era digital pode abrir uma “nova etapa de florescimento”, com a criação de um mercado de vídeo, desde que as empresas consigam “continuar a ser descobridoras de notícias” e mantenham rigor na apuração e velocidade na distribuição.
O diretor de redação da revista “Veja", Eurípedes Alcântara, defendeu a ética como a base da carreira de jornalista, sejam em qualquer plataforma, impresso ou digital. No entanto, salientou que os avanços digitais trazem novos desafios éticos.
De acordo com Alcântara, nestes novos ambientes, há um processo de “desumanização” da atividade, em que o jornalista é colocado em segundo plano, e a transformação das publicações em “campos de venda”, com o uso, por exemplo, de softwares que identificam os hábitos de consumo dos leitores.
“O jornalismo que faz a diferença é o que revela os fatos, não o que se limita aos gostos dos leitores (...). Um disco voador na Praça da Sé interessa a todo mundo. Querer entrar na cabeça do leitor pra dar só o que ele quer é uma prerrogativa que a tecnologia permite e a ética proíbe”, disse o editor da “Veja”.
Em sua fala, o diretor de jornalismo da RBS TV, Cezar Freitas, apresentou dados de pesquisas norte-americanas ilustrativos da mudança de hábitos dos espectadores, que hoje veem a programas simultâneos na TV e nos tablets ou mesmo integrados com transmissões ao vivo pela internet.
Para Freitas, é preciso apostar ainda nos valores básicos do jornalismo, como a proximidade com os telespectadores e a investigação. O diretor de jornalismo exibiu um clipe com reportagens para ilustrar a importância do jornalismo investigativo para denunciar esquemas de corrupção em âmbito regional e federal. “O que vai fazer diferença é a assinatura, a responsabilidade, a credibilidade”, disse
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