13/12/2012

HISTÓRIA DA CADETRAL DE FORTALEZA

 Arquidiocese
Fundada em 1988,A Diocese do Ceará foi criada em 1853 por um decreto do Imperador Dom Pedro II. No ano seguinte, em 6 de junho de 1854, o papa Pio IX expediu a Bula Pro animarum salute, criando a Diocese nos trâmites da Igreja.
As dioceses só podiam ser criadas pelo papa após o decreto imperial. A bula papal só foi oficializada em 1860, depois de sete anos de briga entre Vaticano e o Estado brasileiro. Desmembrada de Olinda, a Diocese era quase todo o território da Província do Ceará.

Civilmente, o Ceará já se havia emancipado da Província de Pernambuco desde 1799. Eclesiasticamente, até 1854, era apenas Vigararia Forânea da Diocese de Olinda.

O território da nova Diocese era quase o mesmo do atual Estado do Ceará. Faltavam apenas as paróquias de Crateús e Independência, ligadas a São Luis do Maranhão.

A população da Diocese, neste tempo, calculava-se em 650.000 habitantes. A população era quase totalmente católica, pois o recenseamento de 1888 registra apenas cento e cinqüenta protestantes e uma dúzia de judeus. A cidade de Fortaleza constava de cerca de 9.000 habitantes.
Antiga Catedral
Nessa época havia na Diocese 34 paróquias e um curato. O número de igrejas era de 78 e o de capelas 11, em toda a província do Ceará.
Antes de ser diocese, o Bispo de Olinda (e antes dele o da Bahia) nomeava Visitadores Eclesiásticos para a Vigararia do Ceará. O primeiro desses visitadores foi Frei Félix Machado Freire (1735) e último foi Padre Antonio Pinto de Mendonça (1844 a 1881).
A Diocese do Ceará, com a criação das Dioceses de Crato e Sobral, foi elevada a Arquidiocese de Fortaleza, em 10 de novembro de 1915, pela Bula “Catholicae Religionis Bonum”do Papa Bento XV. Em 1939, deu-se criação da Diocese de Limoeiro do Norte; em 1960, criação da Diocese de Iguatu e em 1963 foi criada da Diocese de Crateús e em 1971 as Diocese de Itapipoca, Quixadá e Tianguá.

História da Catedral metropolitana de Fortaleza
Em 15 de agosto de 1939, dia de nossa Senhora da Assunção, foi lançada a pedra fundamental da catedral metropolitana de Fortaleza. Entre os fiéis já corria há algum tempo a campanha pró-catedral, uma série de promoções em vistas ao levantamento de fundos para a construção da nova catedral. Iniciava-se um longo período de construção, o que se esperava erigir em quatro anos levou mais de três décadas para ser concluído.
“A nova catedral deve ser obra dos cearenses” conclamou Dom Manoel, então bispo arquidiocesano, motivando todos a empenharem-se na construção da nova Sé que ainda segundo ele deveria ser a “mais digna da fé cristã e do Ceará.” Dentre as muitas empresas concorrentes para assumir a obra venceu a que tinha à frente o engenheiro Francês, que viera para o Brasil, George Le Mounier.
Logo no primeiro ano da construção sobreveio a segunda Guerra Mundial que enfraqueceu a campanha de captação de recursos associada às secas nordestinas e a inflação que consumia vorazmente os recursos adquiridos a muito custo, tornou lento o soerguimento da Catedral.
No ano de 1941 Fortaleza conta com novo bispo, trata-se de Dom Antonio de Almeida Lustosa, fundador da Congregação das Josefinas. Empenhou-se na construção da Igreja-mãe e em carta aos fiéis afirmou que a nova catedral “há de ser, o cenáculo iluminado pelas chamas do Espírito Santo e pela Eucaristia”.
Quinze anos após os inícios dos trabalhos o sacerdote responsável pela construção levou um grupo de peregrinos à França donde assistiu a uma ordenação presbiteral na cripta da Catedral de Lisieux. Quando partilhou com Dom Lustosa sobre a impressão daquele ato que assistira, o bispo resolveu construir uma cripta na Catedral que não constava no projeto inicial de Le Mounier. Com a ajuda dos técnicos decidiram que a cripta seria construída na parte subterrânea do templo mediante escavações.
Nos inícios da década de sessenta já se falava em Fortaleza de uma juventude transviada, baseada no liberalismo e rompimento com a mentalidade tradicional. Dom Lustosa atento ao seu tempo e preocupado com a juventude dedicou os altares da cripta a santos jovens, sendo os da direita aos jovens santos rapazes Tarcísio, Domingos Sávio e Pancrácio e os da esquerda às santas Luzia, Inês e Maria Goreti. Coroando a homenagem aos jovens do Ceará, no altar principal, colocou a imagem de Jesus adolescente.
Em 1963 com a saída de Dom Antonio Lustosa assumiu a cátedra episcopal Dom José de Medeiros Delgado que, um ano depois de sua posse, fez a primeira concelebração eucarística na catedral em construção. Foi um período em que a catedral tomou novo fôlego nas obras.
O tamanho do projeto e as linhas arquitetônicas faziam a imagem da catedral enfileirar-se entre as grandes Igrejas. Registra-se da época a carta do engenheiro pioneiro da obra Le Mounier, já octogenário e residindo na França que “assistindo descuidadamente, um programa de TV sobre as grandes catedrais do mundo, viu desfilar entre as de São Pedro, em Roma, de Notre Dame, de Paris, a de Westmunter, da Inglaterra e a de Colônia, na Alemanha, o perfil da catedral de Fortaleza, ainda em construção.”
O altar do novo templo, uma peça de cinco metros de largura por um e quarenta de altura e pesando catorze toneladas foi doado
Detalhe da coluna direita do altar da Catedral
por Ellio Guggoni, amigo italiano de Dom Delgado. O altar foi dedicado em 1970 e quatro anos depois foi terminada a primeira torre.
O tempo passava e já se entrava para o trigésimo quarto ano das obras. O quarto bispo que leva em frente os trabalhos da construção e conclusão foi Dom Aloísio Lorscheider, então presidente da CNBB, que tomou posse em 1973. Dom Aloísio inaugurou oficialmente a primeira torre fazendo bimbalhar os sinos que há mais de um triênio silenciavam.
Em 1976 Dom Aloísio foi feito cardeal pelo papa Paulo VI, encontrava-seem Roma. Aochegar a Fortaleza foi grande a festa oferecida ao novo cardeal contando “inclusive com um contingente militar perfilado em sua honra”. Com a Palavra, cardeal Lorscheider incentivou todos a continuar ajudando para que se concluísse o quanto antes a Igreja, pois como disse bem humorado “vocês têm um cardeal, mas não têm uma catedral.’
Ainda em plena construção Dom Aloísio sugeriu fazer uma ligação subterrânea que unisse a cripta até o porão existente no final da escadaria da porta frontal, por onde se sobe até os sinos. Esta passagem permitiria aos padres, durante as celebrações festivas não passar por dentro da catedral.
Diversos setores da sociedade foram mobilizados para no dia 25 de dezembro de 1978 tivesse concluída a Catedral. Dom Aloísio já tinha em vista o término da obra por conta do congresso eucarístico que aconteceria em 1980 e contaria com a presença do papa João Paulo II. Deste modo a catedral seria uma homenagem do Ceará a Jesus eucarístico.
Dia 22 de Dezembro de 1978, 39 anos após o início da construção foi inaugurada oficialmente a Catedral metropolitana de Fortaleza, com altura equivalente a um prédio de 12 andares, com capacidade para cinco mil pessoas e em tamanho sendo a terceira maior catedral do Brasil.
A teologia da forma da Catedral
Durante a inauguração da primeira torre Dom Aloísio falou ao numeroso povo de Deus reunido: “Verdade é que nossa função não é construir igrejas, mas construir a Igreja. Fazer com que todos os cristãos participem responsavelmente da tarefa salvadora de cristo Jesus. Mas, nem por isso se exclui, observando a tradição cristã, que nos abstenhamos de construir igrejas que demonstrem, em obras, o nosso amor para com o Pai celeste.
As linhas arquitetônicas da catedral de fortaleza pertencem ao estilo neo-gótico, o mesmo de catedrais como de Colônia na Alemanha. Possuem uma carga de significados profundos nos quais aponta aos fiéis para as realidades celestes.
Ao longe, a catedral destaca-se das demais construções, mostra-se imponente. Suas torres pontiagudas apontam para o céu como mãos que elevam um louvor ao pai. Magnânima parece flutuar, entanto, ao se aproximar contempla-se uma edificação sólida e firmada sobre a rocha, assim como é a Igreja de Cristo.
Em sua estrutura estão contemplados os três níveis da Igreja. A cripta remete à Igreja padecente, ou do purgatório; a Igreja militante encontra seu espaço na nave, local no qual se dá as celebrações do mistério pascal de Cristo; já a Igreja triunfante é lembrada nos vitrais que traz a imagem dos santos e do mistério de Cristo que reina soberano.
O jogo das luzes que adentram a catedral dissipando as trevas lembra ao homem do combate que é travado entre luzes e trevas, entre o homem novo e homem velho. É um prédio que por seu estilo revela imponência ao observar-se de longe e simplicidade ao ser contemplado por dentro.
A Catedral de Fortaleza ao lado do presbitério possui a capela do Santíssimo sacramento e nas laterais um espaço dedicado à são José, patrono do Ceará e a Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza.
Os vitrais que embelezam a catedral, de origem Suíça, foram desenhados por Dom Antonio Lustosa . Devido ao longo período guardados enquanto era erigido o templo tiveram que ser restaurados o que custou uma despesa maior do que a realizada para aquisição dos mesmos.
Ao todo são 115 peças formando um conjunto harmonioso cravados nas sólidas e altaneiras paredes da Sé que transluzem os raios do sol iluminando o interior da Igreja Mãe lembrando de Cristo, o Sol que ilumina sua esposa, a Igreja.
Os vitrais estão agrupados em lances que apontam para a Igreja gloriosa e contam silenciosamente a história da salvação desde o gênesis até a consumação dos tempos, donde Cristo virá triunfante e glorioso. Podemos encontrar os grupos dos profetas, dos juízes, das mulheres da Bíblia, além dos apóstolos, mártires, doutores e outros grandes santos da Igreja e ainda cenas dos evangelhos que revelam o mistério de Cristo.
As reformas da catedral
Um prédio de proporções grandiosas como a catedral de Fortaleza necessita estar constantemente em manutenção. Por volta de 2004 aIgreja Mãe teve seu projeto de som renovado, isto para melhorar a acústica no interior do templo e inibir a reverberação. Profissionais da UNICAMP foram os responsáveis pelo projeto.
A maior reforma pela qual passou a catedral iniciou-se no final de 2006 e durante estes meses a imponente Sé teve todo seu emadeiramento do telhado trocado. O presbitério adquiriu novas peças como uma cruz feito sob encomenda por artista plástico italiano.
Esteve à frente do ousado plano de reforma o seu pároco Clairton Alexandrino, que relembrando os tempos de construção da Catedral não se cansou em estar à frente de diversas campanhas com intuito de angariar recursos para embelezar ainda mais o interior da Igreja Mãe das igrejas do Ceará.

DATAS IMPORTANTES

  • 1607 – Chegada dos primeiros missionários jesuítas. Padre Francisco Pinto e padre Luís Figueira.
  • 1608 – Fundação do primeiro aldeamento missionário da Ibiapaba – Aldeia de São Lourenço e martírio do padre Francisco Pinto.
  • 1611 – Chegada do padre Baltazar João Correia junto com a expedição de Martim Soares Moreno.
  • 1649 – Estabelecimento de uma missão protestante, aos cuidados do pastor inglês Tomás Kemp durante a segunda tentativa de ocupação holandesa.
  • 1654 – Martírio do pastor Tomás Kemp na revolta indígena que sucedeu a expulsão da Companhia das Índias Ocidentais do Recife.
  • 1656 – Os jesuítas Pedro Pedrosa e Antonio Ribeiro retomam a evangelização dos índios do Ceará. Seu principal objetivo era apagar qualquer traço da influência protestante entre os índios.
  • 1660 – O padre Antônio Vieira visita pessoalmente a Ibiapaba.
  • 1758 – A Companhia de Jesus é expulsa do Brasil por ordem do Marquês de Pombal. As aldeias jesuítas do Ceará, entre elas os atuais bairros de Parangaba, Messejana, e as cidades de Caucaia, Viçosa, Baturité entre outras, passam à categoria de Vilas Reais.
  • 1853 – Lei Geral nº 693 autoriza o governo imperial a solicitar da Santa Sé a criação do bispado do Ceará, desmembrado do bispado de Olinda.
  • 1859 – O padre Luís Antônio dos Santos é nomeado primeiro bispo do Ceará.
  • 1861 – Instalação do bispado e posse do primeiro bispo.
  • 1864 – Fundação do Seminário da Prainha.
  • 1870 – A Igreja do Ceará participa, pela primeira vez, de um Concílio Ecumênico, na pessoa de dom Luís Antonio dos Santos (Concílio Vaticano I)
  • 1881 – Chegada do missionário presbiteriano, Rev. De Lacy Wordlaw.
  • 1889 – Acontecem os primeiros fenômenos religiosos em Juazeiro envolvendo o padre Cícero Romão Batista.
  • 1914 – Elevação da diocese do Ceará à categoria de arquidiocese. Criação da diocese do Crato.
  • 1915 – Criação da diocese de Sobral.
  • 1938 – Criação da diocese de Limoeiro.
  • 1961 – Criação da diocese de Iguatu.
  • 1964 – Criação da diocese de Crateús.
  • 1971 – Criação das dioceses de Quixadá, Tianguá e Itapipoca.
  • 1973 – Nomeação de dom Aloísio Lorscheider para arcebispo de Fortaleza.
  • 1976 – Dom Aloísio é criado e publicado cardeal pelo papa Paulo VI
  • 1978 – Dom Aloísio é o primeiro bispo do Ceará a participar de dois conclaves.
  • 1980 – O papa João Paulo II visita o Ceará.
  • 1995 – Dom Aloísio pede transferência para a arquidiocese de Aparecida por motivos de saúde.
  • 1996 – Dom Cláudio Hummes é nomeado arcebispo de Fortaleza.
  • 1998 – Dom Cláudio é transferido para a arquidiocese de São Paulo.
  • 1999 – Nomeação de dom José Antônio.
FONTE: http://semanamissionariafortaleza.org/a-diocese/

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