06/01/2013

Os bispos são "homens conquistados por Deus”, diz Bento XVI


André Luiz

Da Redação


CTV
"A inquietação do homem por Deus e, a partir dela, a inquietação de Deus pelo homem devem não dar tréguas ao Bispo," afirmou Bento XVI.
O Papa Bento XVI celebrou na manhã deste domingo, 6, a solenidade da Epifania do Senhor, na Basílica de São Pedro, em Roma. Na ocasião, o Santo Padre realizou a ordenação de quatro novos bispos para a Igreja, cerimônia tradicional durante a Epifania, iniciada pelo Papa Beato João Paulo II.
Na homilia, comparando a figura dos Reis Magos com a missão do episcopado, o Santo Padre ressaltou que o bispo deve ser um homem cujo coração esteja sempre inquieto à procura de Deus e que se deixe tocar pelas instabilidades próprias da realidade humana.
Acesse:
.: Na íntegra: Homilia do Papa Bento XVI - Solenidade da Epifania do Senhor

.: Fotos da celebração eucarística na Basílica de São Pedro 
“Deve ser um homem para os outros; mas só poderá sê-lo realmente, se for um homem conquistado por Deus: se, para ele, a inquietação por Deus tornou-se uma inquietação pela sua criatura, o homem.”
Segundo o Papa, os bispos precisam ser, à exemplo dos Reis Magos, homens em constante espera, sempre à procura de algo maior; homens eruditos que queiram sobretudo saber o essencial e conhecer a verdade.
“Um bispo não deve ser alguém que se limita a exercer o seu ofício, sem se importar com mais nada; mas deve deixar-se absorver pela inquietação de Deus com os homens. Deve, por assim dizer, pensar e sentir em sintonia com Deus.” disse o Papa.
Relacionando a celebração da Epifania com a ordenação episcopal, o Papa afirmou que o bispo tem a missão não apenas de se incorporar na peregrinação junto aos fiéis, mas de ir à frente e indicar-lhes a estrada.
De acordo com Bento XVI, o bispo é um constante peregrino na procura por Deus. Uma peregrinação interior que se realiza sobretudo na oração. Logo, o bispo é um homem que reza, deve viver em permanente contato interior com Deus.
O pontífice também apontou como deve ser a postura do bispo diante dos pensamentos agnósticos do mundo contemporâneo. “O agnosticismo hoje largamente imperante, tem os seus dogmas e é extremamente intolerante com tudo o que o põe em questão, ou põe em questão os seus critérios. Por isso, a coragem de contradizer as orientações dominantes é hoje particularmente premente para um Bispo.”
Segundo Bento XVI, o testemunho valente e corajoso não consiste em ferir com violência e agressividade aos que se opõe a Cristo, mas consiste em deixar-se ferir e fazer frente aos critérios das opiniões dominantes. “A coragem de permanecer firme na verdade é inevitavelmente exigida àqueles que o Senhor envia como cordeiros para o meio de lobos.”
No fim da homília, o Santo Padre rezou a Deus pedindo aos novos bispos a luz da fé e do amor, e a inquietação de Deus pelo homem, a fim de que “possam experimentar a sua proximidade e receber o dom da sua alegria.”
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