17/02/2013

Acender a chama da fé e da partilha


FáTIMA
Peregrinação Anual da Família Missionária da Consolata

Texto Francisco Pedro | Foto Ana Paula | 16/02/2013 | 18:38
João Nascimento, missionário da Consolata português a trabalhar na Costa do Marfim
A partir do princípio defendido pelo beato José Allamano - «Primeiro santos, depois missionários» -, o padre João Nascimento convidou a Família Missionária da Consolata a construir uma verdadeira ponte solidária entre Portugal e a Costa do Marfim
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Antes de partir de Marandala, na Costa do Marfim, o missionário João Nascimento informou a sua comunidade cristã que não vinha a Portugal falar «das suas roupas sujas, nem das estradas esburacadas», mas das pessoas maravilhosas que elas eram. Os marfineneses aplaudiram-no de pé. Este sábado, 16 de fevereiro, perante as cerca de 8.000 pessoas que participaram na eucaristia da Família Missionária da Consolata, na basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima, fez uma promessa semelhante e voltou a ser ovacionado. 

«Quando regressar à Costa do Marfim, não vou falar das dificuldades, da crise que abala o nosso país, mas das pessoas maravilhosas que sois vós», afirmou o sacerdote, com a convicção de que «Portugal se apaixonou pela Costa do Marfim» e vice-versa. Os laços que unem os crentes dos dois países, de resto, são muito semelhantes. Ambos deixam tudo para celebrar a Deus. E ambos são movidos pela mesma energia. «Uma energia que se chama fogo, fé e determinação», sublinhou o missionário português. 

Inspirado no conselho do beato José Allamano - «Primeiro santos, depois missionários» - , João Nascimento alertou para a necessidade da partilha, um dos gestos mais valiosos do ser humano. «Dificilmente uma sociedade que se preocupa apenas com os bens materiais poderá ser feliz. Essa é, aliás, a verdadeira tragédia dos nossos dias, a crise de valores», disse o sacerdote, explicando que ao estarem a ajudar o próximo, os benfeitores estão também a dar um pouco deles mesmos, «um pouco da sua alma». 

Na homilia da missa da 23ª Peregrinação Anual da Família Missionária da Consolata, a que presidiu, João Nascimento realçou ainda a beleza da vocação missionária. «A missão consiste em construir pontes, abrir poços, acender lâmpadas», sobretudo no coração das pessoas, sem procurar o reconhecimento individual, os aplausos ou os elogios. O importante, para um missionário, «é servir, é ser a presença afetiva e efetiva de Deus no mundo». 

No final da celebração, o Superior Provincial, padre António Fernandes, pediu aos peregrinos que rezem pela canonização do fundador do Instituto Missionário da Consolata e que «não tenham medo de dizer aos filhos, netos, sobrinhos ou afilhados, que vale a pena ser missionário». A peregrinação serviu também para o lançamento do Projeto Solidariedade 2013, que pretende melhorar o acesso à escola à população da Costa do Marfim.

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