MUNDO
Mais de 900 mil deslocados no Kivu do Norte
Texto Juliana Batista | Foto Lusa | 17/02/2013 | 07:49
O acesso à escola é um instrumento privilegiado para impedir o ingresso dos menores entre os rebeldes
No Congo, os técnicos que trabalham no terreno constatam que as crianças e adolescentes que integram os grupos armados são aqueles que não frequentam as aulas. Perante este drama, são reclamadas mais escolas
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«Os jovens que entram voluntariamente nos grupos armados são aqueles que não vão à escola. Por isso, é importante que no Kivu do Norte existam sempre mais escolas e jovens instruídos. Na sala de aula, os estudantes aprendem a convivência pacífica», sublinha Esperance Nsengimana, professora de didática geral na escola secundária Kanyangohe em Mweso, citada pela agência Fides.
Esta semana, técnicos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR) na região da África - Grandes Lagos, alertaram para a importância do acesso à escola, porque esta é um instrumento privilegiado para impedir o ingresso dos menores entre os rebeldes. No Kivu do Norte, onde atualmente se contam mais de 900 mil deslocados por causa da constante insegurança, ir às aulas contribui para manter viva a esperança no futuro de crianças e jovens, consideram estes responsáveis.
No entanto, as difíceis condições económicas de muitas famílias impedem-nas de manter os seus filhos nas aulas. Esse é, aliás, um dos motivos pelos quais os diretores dos estabelecimentos escolares no país se empenham em acolher gratuitamente alguns estudantes deslocados, sempre que se constrói uma nova escola. Só na região de Mweso, em 2012, o SJR construiu quatro escolas.
Contudo, a violência contínua levada a cabo pelos grupos rebeldes representam um grande obstáculo ao acesso à educação por parte das crianças. Depois das ações dos rebeldes do Movimento 23 de março (M23), que a 20 de novembro tomaram posse da capital da província, Goma, pelo menos 240 mil crianças perderam várias semanas de aulas.
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