27/11/2013

Berlusconi rompe com governo italiano antes de duelo no Senado

Por Paolo Biondi
Roma - O partido de centro-direita de Silvio Berlusconi declarou nesta terça-feira que votará contra o orçamento público italiano de 2014, confirmando seu rompimento com a coalizão de governo na véspera da provável cassação do ex-premiê por fraude fiscal.
O governo do primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, solicitou um voto de confiança para acelerar a tramitação do orçamento, a ser aprovado até o fim do ano, e deve conseguir os votos necessários mesmo sem o apoio de Berlusconi.
Mas a confirmação de que o maior partido de centro-direita deixará a ampla e instável coalizão italiana salientou a fragilidade da situação política na terceira maior economia da zona do euro desde a inconclusiva eleição em fevereiro.
"A partir de hoje (ontem) estamos na oposição e a grande coalizão terminou", disse o líder do partido Forza Italia na Câmara dos Deputados, Renado Brunetta.
Mas cerca de 60 parlamentares de centro-direita se afastaram do Forza Italia e prometeram manter o apoio ao governo, o que significa que Letta deve conseguir facilmente o voto de confiança e a aprovação do Orçamento.
Outro confronto deve acontecer na quarta-feira, quando o Senado vota a cassação de Berlusconi por causa da condenação judicial que ele sofreu em agosto num processo por fraude fiscal.
O dirigente do Forza Italia, Paolo Romani, descreveu a votação desta quarta-feira como "o funeral da democracia", mas disse que seu partido continuará sendo capaz de deixar sua marca no Parlamento, mesmo estando na oposição.
"Quem acha que o Forza Italia não é mais relevante para a coalizão está cometendo um grande erro", disse ele.
Em entrevista coletiva ao lado do presidente russo, Vladimir Putin, na cidade de Trieste (norte), Letta disse que a Itália - ainda atravessando sua pior recessão desde o fim da Segunda Guerra Mundial - precisa desesperadamente de estabilidade para promover reformas na sua estagnada economia.
"Para voltarmos a crescer, a Itália precisa evitar o caos, e é isso em que tenho trabalhado nos últimos sete meses e no que estou agora", disse Letta.
Reuters
Dom Total

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