Padre Geovane Saraiva*
Ele foi um ser humano, com
uma existência longa, que embora tenha se esforçado para viver bem e feliz
neste mundo, com absoluta certeza teve a consciência de que a felicidade aqui é
relativa, mesmo por causa dos espaços vazios, lacunas e limites, próprios da
vida; ainda mais porque a convicção assegurou-lhe que esta vida terrena é a antecipação
da felicidade completa, que é a bem-aventurança eterna, segundo a promessa do
Filho de Deus (cf. MT 5, 1-12).
É exatamente por causa da
promessa de Jesus de Nazaré, que agradecemos ao bom Deus o dom maravilhoso da
vida do Monsenhor André Viana Camurça, patrimônio do povo cearense, que após de
combater o bom combate, terminar sua corrida e guardar a fé (Gl 4, 7), foi
chamado ao seio do Pai aos 98 anos de idade, vividos e bem vividos, nesta
cidade de Fortaleza, na manhã do dia 02 de agosto do ano 2011.
O nosso querido Monsenhor
Camurça recebeu a missão de anunciar o Evangelho da salvação, falando ao mundo
da importância da fé e da esperança, do sentido da elevação da alma e do
sentido transcendência, ao mesmo tempo em que abriu para os habitantes deste
mesmo mundo, em que nele foi inserido, as portas do Redentor, nos seus 76 anos
de ministério sacerdotal (1935-2011), na nossa Arquidiocese de Fortaleza.
No seu jeito simples, manso
e singelo de viver, no seu amor para com todos, indistintamente, embora uma
característica sua lhe fosse muito peculiar: de está sempre ao lado dos colegas
sacerdotes, nunca se acovardando diante das circunstâncias, quando alguns
sacerdotes passavam por dificuldades. Quando o mar era agitado e o vento era contrário,
lá se apresentava o querido Monsenhor Camurça, com sua habilidade, prudência e
sabedoria e grande generosidade de coração, na qualidade de Vigário Geral da
nossa Arquidiocese Fortaleza, acalmando as tempestades (cf. Lc 8, 22-25).
Que a bondade, o espírito
de fé e esperança, grande legado deixado por Monsenhor Camurça, criatura humano
santa, profundamente marcada pela graça de Deus, ao arregaçar as mangas e
partir para o campo de ação, com a missão de anunciar as maravilhas do Senhor,
indo ao encontro de uma porção de homens e mulheres, jovens, idosos e crianças,
ávidos em busca da mensagem de salvação, sendo-lhes sal da terra e luz do
mundo, nos inspire na luta e na mística do dia a dia. “Muito bem servo bom e
fiel, como foste no pouco, irei te constituir no muito, entra na alegria do teu
Senhor” (MT 25, 2).
Homem da qualidade, nos
seus dons, talentos, habilidades e persistência, não surge de um dia para o
outro. Ele que gostava de falar de seu
berço familiar e de sua querida mãe, de sua formação no Seminário da Prainha, vivida
em grande parte, na companhia de Dom Helder Câmara, Dom Hélio Campos, Dom José Bezerra
Coutinho e tantos outros colegas. Mas aqui quero destacar, sobretudo, algo
imprescindível e edificante: seu ministério sacerdotal na Igreja de Fortaleza,
como ele afirmava: “sempre gostei de ser padre; nunca achei ruim ser padre;
vivi sempre satisfeito”.
Por este servo bom e fiel, que foi uma pessoa certa numa hora certa, nesta Igreja pela qual deu a vida, antes e depois do Concílio Vaticano II, na alegria e na gratidão no centenário do seu nascimento, neste ano de 2013, que Deus seja louvado!
Por este servo bom e fiel, que foi uma pessoa certa numa hora certa, nesta Igreja pela qual deu a vida, antes e depois do Concílio Vaticano II, na alegria e na gratidão no centenário do seu nascimento, neste ano de 2013, que Deus seja louvado!
*Padre
da Arquidiocese de Fortaleza, escritor, membro da Academia de Letras dos Municípios
do Estado Ceará (ALMECE), da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e Vice-Presidente
da Previdência Sacerdotal.
Pároco
de Santo Afonso
Autor
dos livros:
“O
peregrino da Paz” e “Nascido Para as Coisas Maiores” (centenário de Dom Helder
Câmara);
“A
Ternura de um Pastor” - 2ª Edição (homenagem ao Cardeal Lorscheider);
“A
Esperança Tem Nome” (espiritualidade e compromisso);
"Dom
Helder: sonhos e utopias" (o pastor dos empobrecidos).
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